Jovens, este ano os Óscares chamam-se mesmo... Óscares

"Academy Awards" é demasiado "taciturno". E os Óscares continuam a sentir falta de audiências mais jovens.

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Seth MacFarlane será o apresentador dos Óscares AFP

O nome oficial era “Academy Awards” ou, em português, os prémios da Academia. Mas talvez pela universalidade do nome, talvez pela força da marca, o nome Óscares sempre foi o mais usado mundo fora. Este ano, à 85.ª edição, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas decidiu oficializar a mudança – no domingo, quando o realizador e apresentador Seth MacFarlane subir ao palco do Dolby Theatre, dará a todos as boas vindas “aos Óscares” e não "aos Academy Awards".

A revelação foi feita numa entrevista ao site TheWrap pelo co-produtor da cerimónia de dia 24, Neil Meron: “Renomeámos tudo. Não chamamos à cerimónia 85.ºs Academy Awards, que soa um pouco taciturno. Chama-se ‘Os Óscares’”.

“Taciturno”, diz ele, talvez motivado por uma das grandes lutas dos últimos anos dos Óscares. Eles são anualmente o segundo programa de televisão mais visto no mundo, só suplantado pelo Superbowl, e encaixam perfeitamente na definição do Santo Graal da TV na era digital que é o appointment viewing, os acontecimentos únicos que são um chamariz - hoje raro - de algo que precisa mesmo de ser visto em directo no televisor. Todavia, uma coisa continua a faltar aos Óscares: a renovação da sua audiência, mais envelhecida e cuja fatia da cobiçada geração de consumidores dos 18-24 anos é menos grossa do que a Academia e o canal que tem o exclusivo da transmissão dos Óscares gostariam.

Este ano, o cartaz parece novamente polvilhado de ingredientes para puxar os mais jovens. Se já foi tentada a fórmula “apresentadores jovens e bonitos”, com resultados desastrosos nas audiências e na performance dos mesmos (estamos a falar de Anne Hathaway e James Franco, em 2010), alternando com o eterno anfitrião Billy Crystal ou com tentativas de edição única com um mais musical Hugh Jackman (2008) ou com um sátiro Jon Stewart (2005), este ano é a vez do também musical, mas sobretudo autor de animação para jovens adultos, Seth MacFarlane. E, como nota a AFP, a cerimónia juntará ao criador de Family Guy, American Dad e realizador do filme Ted outros chamarizes como as populares Adele e Norah Jones para tentar chamar a atenção dos mais jovens.

Ainda assim, a própria Academia mostra-se mais reservada quanto à ideia de mudança de nome. Através da sua porta-voz Teni Melidonian, disse à imprensa que a informação avançada por Meron “está correcta para esta cerimónia” mas que a Academia “pode facilmente voltar a usar ‘Academy Awards' no próximo ano”. O mesmo porta-voz disse ainda, citado pela AFP, que a Academia utiliza os termos "‘Academy Awards’ e ‘Oscars’ de forma intercambiável. Vamos começar a estudar as modalidades da campanha de marketing do próximo ano na Primavera”. Se os cartazes da Academia dizem ‘Oscars’ para descrever o que vai acontecer no dia 24,  no ano passado os posters da organização anunciavam os “Academy Awards”.

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