MP pede 22 anos de prisão para acusado de 165 mil crimes sexuais

Informático de 53 anos é suspeito de abusos sexuais repetidos sobre seis menores. Alegações finais começaram nesta quinta-feira, em Lisboa.

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A NCA classificou a pedofilia online como uma “ameaça significativa e emergente” Pedro Cunha

A mesma fonte acrescentou que esta quinta-feira, pela primeira vez, o arguido falou durante o julgamento, que decorre à porta fechada, para assumir os crimes, mostrar arrependimento e pedir desculpas às vítimas. As alegações finais começaram esta quinta-feira, na 2.ª Vara Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, e estão previstas continuar a 20 de Dezembro. À saída da sala de audiências, os advogados do alegado pedófilo e da família de uma das seis vítimas remeteram-se ao silêncio.

O julgamento, que começou na passada segunda-feira, tem lugar à porta fechada, por decisão do colectivo de juízes, tendo em conta o cariz sexual dos crimes. O informático, de 53 anos, morador em Benfica, Lisboa, está a ser julgado pelos crimes cometidos sobre seis menores, três rapazes e três raparigas.

O alegado pedófilo está acusado pelo MP de 7219 crimes de abuso sexual de crianças agravado, de 156.025 crimes de pornografia de menores – gravados em CD e em discos dos computadores – e de 1401 crimes de gravações e fotos ilícitas.

O homem é suspeito de, entre 2007 e 2011, ter praticado actos de natureza sexual, relações sexuais e masturbação com menores com idades entre os três e os 14 anos. O arguido terá filmado as relações sexuais, tendo arquivadas no seu computador centenas de imagens de natureza pornográfica envolvendo menores.

É acusado ainda de ter cedido estas imagens e filmes numa página na Internet, permitindo o acesso a terceiros. O suspeito aproveitou-se, alegadamente, das relações de vizinhança e de confiança com os menores para cometer estes crimes. O homem detinha uma vastíssima colecção e compilação de milhares de ficheiros com abusos sexuais a menores, material que foi apreendido.

O arguido encontra-se em prisão preventiva e, além das dezenas de crimes de abuso sexual agravado de crianças, foi acusado pela prática de centenas de crimes de gravações e fotografias ilícitas e por milhares de crimes de pornografia de menores agravada.