Excerto de Pergunta a duquesa ao criado

Texto de Miguel Loureiro é lido hoje no Mosteiro de S. Bento da Vitória, no Porto, às 21h

d. - Que horas são?

c. - Seis da tarde.

d. - São sempre seis da tarde quando quero saber as horas.

c. - (...)

d. - Teremos visitas para o jantar?

c. - A temperatura baixou muito, o Sr. Comendador não vem, a Viscondessa de Minsk é atreita à neve, a viúva do General Gatz muito provavelmente...

d. - Sim, a temperatura está contra nós, o vento torna as coisas piores, pede ao rapaz para trazer mais lenha, não quero sentir este desconforto, este horrível clima; repara... (hesitante) hoje nem a bétula se consegue ver, a escuridão adensou-se, estamos por nós Igor, acende os corredores.

c. - Pois não senhora.

d. - Espera! É melhor não, a Olga Markova que o faça, senta-te aí e faz-me companhia.

c. - Com certeza, senhora.

d. - Vamos conseguir atravessar mais um ano nesta escuridão? Devia refazer a ala oeste, assim ficaria ocupada uma boa parte do Inverno, mas não sei se me chega, de qualquer forma teríamos de sair para escolher tecidos, as madeiras...os tapetes que trouxe da viagem de Verão, onde os puseste?

c. - Estão na arrecadação que vai dar à Porta da Traição. <_o3a_p>

d. - Quero-os limpos à maneira uzbeque e prontos para meados de Dezembro, a minha prima Zilka chega de Yerevan e queria tanto impressioná-la. <_o3a_p>

c. - Assim será. 

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