Paulo Portas insiste em chamar o PS para reforma do Estado
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, insistiu no desafio ao PS para colaborar com a reforma profunda do Estado. O convite ao líder do PS gastou quase todo o discurso de encerramento feito pelo líder do CDS esta terça-feira no debate do Orçamento de Estado para 2013.
“Os portugueses olhariam e guardariam enquanto candidato a primeiro-ministro se contribuísse com uma marca para o acordo [de redução da despesa]”, afirmou Paulo Portas, dirigindo-se directamente ao secretário-geral do PS, António José Seguro.
Na sua intervenção, o ministro de Estado tentou desconstruir os vários argumentos lançados pelos socialistas desde que o primeiro-ministro, Passos Coelho, desafiou o PS a participar num acordo para reduzir a despesa estrutural do Estado em quatro mil milhões de euros.
Um dos argumentos é o da revisão constitucional, que Paulo Portas esvaziou. “É um receio infundado (…), as várias políticas transversais para reduzir a despesa não necessitam de revisão constitucional”, afirmou o ministro.
Outro dos obstáculos é o receio de destruição do Estado social. Também aqui Paulo Portas contestou. “O Estado social foi uma construção dos democratas cristãos, dos sociais-democratas e dos socialistas”, argumentou, contrariando a ideia de que “basta ter coração para ser socialista”.
O ministro prosseguiu: “Reformar é defender o Estado social. Deixar tal e qual como está é condenar o Estado social”.
No processo de reforma profunda do Estado, Paulo Portas salientou ainda o “papel decisivo” da UGT e o “papel integrador” do Presidente da República.
Assumindo que aproveitou a abertura do PS para avaliar as propostas para o corte da despesa estrutural, o ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou que se os socialistas “ambicionam” chegar ao poder, então “têm interesse directo em contribuir” para que a “próxima década de finanças seja sã”.