Fox News pede desculpa por transmissão de suicídio em directo

Foto
Momento em que o homem fugiu do carro DR

A cadeia de notícias norte-americana Fox News pediu desculpa aos seus espectadores pela transmissão em directo de imagens de uma perseguição policial que terminou com o suicídio do suspeito.

“Peço desculpa. Fizemos uma grande asneira. Estas são imagens que não pertencem a uma emissão de televisão”, penitenciou-se o conhecido apresentador Shepard Smith, prometendo que a situação não voltará a acontecer.

A Fox News, que tem um acordo com as estações locais associadas à sua cadeia para transmitir em directo cenas de perseguições automóveis da polícia, interrompeu a sua emissão e colocou no ar as imagens, captadas a partir de um helicóptero, da fuga de um suspeito pela autoestrada interestadual nº 10, no estado do Arizona.

Segundo explicou o porta-voz da polícia de Phoenix, o sargento Tommy Thompson, a perseguição foi iniciada depois de uma queixa apresentada por um casal, que foi ameaçado com uma pistola à porta de um restaurante e obrigado a entregar a viatura ao agressor, que se pôs em fuga.

Pouco tempo depois, a polícia localizou o automóvel e iniciou uma perseguição ao suspeito, que não obedeceu às instruções para parar a marcha. Foi nessa fase do incidente que a Fox News iniciou a transmissão: mais tarde, o suspeito parou o carro e saiu numa fuga a pé por uma estrada de terra, tentando esconder-se entre a vegetação. Cercado pelas autoridades, o indivíduo encostou a arma à cabeça e disparou.

O apresentador que procedia ao relato das imagens a partir do estúdio começou a aperceber-se de que algo poderia correr mal quando o suspeito parou, encurralado. Com a transmissão a correr, ouvem-se as suas indicações para a régie: “Tirem isso do ar, tirem isso do ar”. Logo depois do suicídio, a emissão foi interrompida.

Após um intervalo, Shepard Smith, visivelmente incomodado, lamentou o sucedido e disse que devia explicações aos espectadores – a estação estava já a ser inundada com queixas. Segundo disse, a produção iniciou a transmissão da perseguição policial com o habitual “delay” de cinco segundos face às imagens reais, um atraso que permite ao realizador travar o directo se os acontecimentos evoluírem para uma situação de violência que ponha em causa a sensibilidade dos espectadores ou viole o código de conduta da estação.

No entanto, a produção não parou a emissão e a dramática cena em que o suspeito se suicidou acabou por passar em directo. “Tomámos todas as precauções para evitar que tal incidente pudesse ser emitido. Infelizmente, houve um tremendo erro humano que resultou na transmissão daquelas imagens, e pedimos desculpa a todos os espectadores”, esclareceu e estação num comunicado assinado pelo vice-presidente Michael Clemente.

Sugerir correcção
Comentar