CGTP rejeita mexidas no IRS que reduzam salários ou pensões

Foto
Arménio Carlos falava no final da reunião Foto: Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, rejeitou nesta segunda-feira “qualquer” mexida nas tabelas de IRS cuja consequência se traduza na redução de salários, quer no sector público, quer no sector privado.

“Nós rejeitamos qualquer medida ou qualquer mexida no IRS que porventura tenha como consequência a redução dos salários, seja do sector privado, seja da administração pública, seja através dos pensionistas do regime geral ou da administração pública”, afirmou Arménio Carlos no final da reunião de concertação social.

Por seu lado, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) adiantou que o Governo acolheu positivamente a proposta de aumentar em 30% o preço do tabaco. “A ideia foi bem acolhida pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e pelo ministro das Finanças, Vitor Gaspar, que prometeram analisar o montante envolvido e os benefícios que daí poderão advir”, disse António Saraiva, no final da reunião de concertação social.

Esta manhã, à entrada deste encontro, o patrão da Confederação Empresarial de Portugal avançou que apoiaria um aumento sobre o tabaco em 30 por cento, que geraria uma receita adicional de 485 milhões de euros. No entanto, e apesar da abertura do Executivo para analisar esta medida, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, afirmou, no final deste encontro, que rejeita esta possibilidade.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou nesta segunda-feira que o Governo está a preparar uma proposta de aumento de impostos, incluindo o IRS, para compensar uma devolução parcial dos subsídios de Natal e de férias retirados ao sector público e pensionistas.

Em declarações aos jornalistas, à saída de uma reunião da Comissão Permanente de Concertação Social, em Lisboa, Passos Coelho afirmou que “o IRS será imposto privilegiado para o fazer”, mas adiantou que “a tributação sobre o capital e sobre o património” poderão também “ajudar a fazer esta compensação”.

Segundo o primeiro-ministro, esta proposta está a ser trabalhada pelo Governo como alternativa às alterações à Taxa Social Única (TSU), medida que considerou ter sido “mal entendida” e ter visto os seus propósitos “subvertidos”. No entanto, Passos Coelho referiu que está ainda em discussão com os parceiros sociais a possibilidade de haver uma “descida selectiva” da TSU, que disse não ser consensual.

De acordo com Passos Coelho, a disponibilidade do Governo para encontrar uma alternativa às alterações à TSU apresentadas no dia 7 deste mês - um aumento de 11 para 18% nas contribuições dos trabalhadores e uma descida de 23,75 para 18% para as empresas - “foi bem acolhida por todos os parceiros” na reunião da Comissão Permanente da Concertação Social.

Sugerir correcção
Comentar