Gu Kailai condenada a pena de morte suspensa por dois anos

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A advogada de 53 anos confessou ter sido responsável pela morte de um empresário britânico Foto: Reuters

Gu Kailai, a mulher do ex-dirigente do Partido Comunista Chinês (PCC) Bo Xilai, foi condenada nesta segunda-feira a pena de morte suspensa pelo homicídio do empresário britânico Neil Heywood. No sistema jurídico chinês, esta sentença equivale à prisão perpétua.

A sentença foi anunciada com uma suspensão de dois anos, o que significa que após esse período a ameaça de execução pode ser levantada se houver bom comportamento. O assistente de Gu Kailai, Zhang Xiaojun, foi condenado a nove anos de prisão por ter sido cúmplice no envenenamento de Heywood.

Esta sentença parece encerrar o capítulo de um dos escândalos mais chocantes na China, que abalou a liderança do PCC numa altura em que se aproxima o congresso do partido, em que serão escolhidos os novos líderes.

A mulher de Bo Xilai – ex-governador da província de Chongqing caído em desgraça e ex-figura de primeiro plano do partido – confessou no julgamento, a 9 de Agosto, que foi responsável pelo assassínio de Neil Heywood, e a defesa não contestou o veredicto.

Neil Heywood foi morto em Novembro de 2011 por envenenamento num hotel de Chongqing. Era nesta província que o marido de Gu – uma estrela em ascensão do PC chinês – liderava o secretariado do partido, até ser afastado, a 14 de Março, por suspeitas de “envolvimento em graves violações disciplinares”.

Tal como o marido, a advogada de 53 anos mantinha laços com o britânico, antes de se desentender com ele acerca de questões financeiras – alegadamente o motivo que esteve por detrás do crime.

“O tribunal determinou que Gu Kailai é culpada de homicídio e condenou-a à morte com uma suspensão de dois anos, com revogação dos seus direitos políticos durante o resto da vida”, disse aos jornalistas Tang Yigan, vice-presidente do tribunal popular de Hefei (no leste do país).

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