Aguiar-Branco: “ministério da dívida" consome mais dinheiro que saúde e educação

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Aguiar-Branco Miguel Madeira

O ministro da Defesa afirmou esta segunda-feira, em Gouveia, que é o "ministério da dívida" aquele que mais consome dinheiro e avisou que "há um ano Portugal esteve à beira de um estampanço" histórico devido ao perigo da bancarrota.

Na cerimónia oficial das comemorações do dia do município de Gouveia, José Pedro Aguiar-Branco lembrou a situação do país quando o seu Governo iniciou funções depois de o presidente da autarquia, Álvaro Amaro, lhe dizer que é urgente intervir para "evitar o estampanço" de Portugal.

O autarca social-democrata, num discurso de mais de uma hora, apontou o dedo ao perigo que o país corre se nada for feito para parar a deterioração do interior do país, defendendo que "nada justifica que um empresário de Gouveia pague o mesmo IRC que outro de Lisboa", porque "claramente existem dois países" onde o do litoral "tem melhores condições que o do interior".

Em resposta a esta inquietação do presidente da Câmara de Gouveia e antigo secretário de Estado da Agricultura de Cavaco Silva, o ministro lembrou que agora "o primeiro dinheiro" do Estado português é para pagar a dívida e lembrou que em 2013 vão ser precisos mais de oito mil milhões de euros, "mais que o que gasta o Ministério da Saúde ou o da Educação".

Sublinhando que o executivo tem "consciência das dificuldades", juntando o exemplo da sua filha "que está à procura de emprego", fez questão de apontar como obrigação "desta geração" criar condições para os mais novos tenham um futuro diferente.

"A pergunta que devemos fazer é: que país estamos a construir para os nossos filhos?" - numa alusão à "vergonha" que esta geração de governantes devia ter, afirmando mesmo que "deviam corar de vergonha" com a taxa de desemprego entre os jovens e se não conseguir criar melhores condições para eles.

E deixou um aviso: "Nenhum assobio, nenhuma manifestação organizada vai fazer o Governo desviar-se do caminho, do sentido de responsabilidade e consciência da missão de salvar Portugal". "Nenhum ministro está num campeonato de popularidade, analisando sondagens e esquecendo o país", advertiu ainda, antes de reafirmar que "há um ano o país estava à beira de um estampanço e hoje está-se a discutir a melhor forma de criar condições para desenvolver Portugal".

Nesta deslocação a Gouveia, Aguiar-Branco visitou o Museu da Miniatura Automóvel, sublinhando o autarca Álvaro Amaro que o ministro "é um fã" destas miniaturas.

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