Confap lamenta descida das notas nas provas de aferição

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Confap preocupada com alunos que podem desistir de se esforçarem porque a Matemática "é algo a que eles não vão conseguir" Foto: Miguel Madeira

Albino Almeida afirma que a Confap já alertou para a sua “desconfiança” em relação ao modo como as provas são feitas e que, no seu entender, visa “avaliar o que as escolas não ensinam e o que os alunos não puderam aprender”.

Salientando que o ministério “tem toda a legitimidade para aumentar a exigência até à excelência”, Albino Almeida reitera que é preciso “transparência” sobre o que as provas pretendem avaliar, porque se fala de “alunos que podem ficar retidos no próximo ano”, quando as provas de aferição passarem a contar para a nota.

Albino Almeida culpa o Gabinete de Avaliação Educacional (Gave), a entidade responsável pela elaboração dos exames, por seguir “uma estratégia com a qual o Ministério da Educação está de acordo e que visa criar condições para que se diga que havia uma escola e uma educação antes do actual ministério e que agora é que as coisas vão entrar nos eixos”.

“Proceder como se tem feito nos últimos dois anos é uma traição aos alunos e às escolas”, considera. O problema, afirma, é que as escolas ainda não receberam do ministério as metas curriculares e os objectivos a atingir pelos alunos, sobre os quais vão depois ser avaliados.

“O Governo só mexeu na matriz curricular e cortou aulas de Educação Física e Educação Visual e Tecnológica mas ainda não disse quais são os conteúdos essenciais nem quais as metas que os alunos têm que aprender e pelas quais serão avaliados”, argumenta.

Entretanto, apela aos pais e alunos para relativizarem o “desgosto” com os maus resultados, que podem “destruir a vontade de os alunos aprenderem”. “O que nos preocupa é que possa haver bons alunos que, perante os resultados, possam estar desanimados e achem que não vale a pena esforçarem-se porque a Matemática é algo a que eles não vão conseguir ser os muito bons alunos que desejam ser e para o que se esforçaram todo o ano”, conclui.