Vitória no New Hampshire coloca Romney mais perto de Obama

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Romney celebra o segundo triunfo consecutivo Foto: Jim Bourg/Reuters

Mitt Romney fez o mais difícil na terça-feira à noite: ganhou as primárias republicanas no estado americano do New Hampshire, uma semana depois de ter vencido no Iowa. Apesar de ser um candidato presidencial que não entusiasma o próprio partido, o ex-governador do Massachusetts conseguiu o que nenhum outro republicano alcançara antes dele, pelo menos desde que o Iowa e o New Hampshire se tornaram cruciais no calendário eleitoral americano, na década de 1970: conquistou vitórias consecutivas em dois estados que têm uma tradição de escolher candidatos diferentes.

Se nenhuma outra verdade histórica for derrubada nestas primárias republicanas, Mitt Romney será o candidato dos republicanos para desafiar Barack Obama nas eleições presidenciais de Novembro: a nomeação final do partido é sempre decidida entre o vencedor no conservador Iowa ou o vencedor no moderado New Hampshire. Romney venceu nos dois, e ontem à noite (madrugada em Lisboa) falou como se já fosse o candidato republicano oficial. Os dois principais alvos de Romney: Obama e a Europa.

“O Presidente Obama quer transformar profundamente a América. Nós queremos restaurar os princípios fundadores que tornaram este país grande. Ele quer converter a América numa sociedade subsidiodependente de estilo europeu. Nós queremos continuar a ser uma terra de oportunidade livre e próspera. O modelo deste Presidente são as capitais da Europa. Nós inspiramo-nos nas cidades e small towns da América.”

A diferença que faz uma semana: ao contrário do Iowa, onde o suspense sobre os resultados durou até à uma e meia da manhã, a vitória de Romney no New Hampshire foi declarada assim que as últimas urnas fecharam, às oito da noite (uma da manhã, hora de Lisboa). E, em contraste com o Iowa, onde Romney só obteve mais oito votos do que o número dois, Rick Santorum, New Hampshire ofereceu-lhe uma maioria folgada (39%), como as sondagens tinham previsto, com uma diferença de dois digitos para o segundo classificado, Ron Paul, do Texas, que terá ficado perto dos 23 por cento.

Ainda não era oito e meia quando Mitt Romney fez o seu discurso, num ambiente de celebração (outro contraste com a noite eleitral no Iowa).

Com a vitória no New Hampshire, Romney reforçou a sua condição de candidato presumível. Falta tornar-se no candidato inevitável e isso ainda não aconteceu. A expectativa é que a próxima eliminatória, na Carolina do Sul, no dia 21, venha a selar os resultados. E se a Carolina do Sul não decidir, segue-se a Florida, no final de Janeiro.

O libertário Ron Paul ficou em segundo lugar, o que faz dele a mais consistente alternativa a Mitt Romney, porque é o único de entre todos os rivais de Romney que acabou nos primeiros três lugares no Iowa e no New Hampshire. Mas ninguém acredita que Paul se possa tornar no candidato final do partido, em parte porque os candidatos finais do partido não costumam soar assim: “Nós somos perigosos para o status quo deste país!”, proclamou Paul no seu discurso de ontem à noite. No entanto, os seus apoiantes, substancialmente jovens, continuam a exibir um nível de entusiasmo difícil de rivalizar. “PRESIDENT PAUL!”, repetiram em coro. Nem o quartel-general de Romney (“Mitt! Mitt! Mitt!”) foi tão longe.

E Rick Santorum, o candidato-Cinderela saído do Iowa? Não conseguiu mais do que um quinto e penúltimo lugar, entre Gingrich e Perry. Jon Huntsman, que apostou tudo no New Hampshire e esperava ser a Cinderela deste estado, ou seja, um segundo e expressivo lugar, conquistou a terceira posição – aparentemente, é quanto basta para se manter na corrida. “E agora, para o Sul!”, declarou.

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