"Carlos", o "Chacal", condenado a segunda pena de prisão perpétua

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"Chacal" negou autoria dos atentados de Paris Reuters

Ilich Ramirez Sanchez, aliás "Carlos", conhecido também como "Chacal", foi condenado a uma segunda pena de prisão perpétua, por quatro atentados que, em 1982 e 1983, provocaram em França a morte de 11 pessoas e ferimentos em quase 150.

A pena aplicada na quinta-feira ao venezuelano, de 62 anos, preso em cadeias francesas desde 1994, é a máxima possível.

O tribunal de Paris que o condenou decidiu que só após um período mínimo de 18 meses poderá beneficiar de alguma medida que atenue a condenação. Mas não explicitou a partir de quando é contado esse período.

Essa pena acessória visa, segundo o diário Le Monde, evitar um eventual pedido de libertação condicional no âmbito da primeira condenação.

"Carlos" negou envolvimento nos atentados pelos quais foi condenado. Isabelle Coutant Peyre, a sua advogada, anunciou recurso de uma sentença que considera “arbitrária” e fruto da decisão de magistrados “tão pouco independentes como os tribunais especiais do tempo de Pétain” – alusão ao regime colaboracionista francês durante a II Guerra Mundial.

Filho de um advogado de esquerda, militante marxista e lutador pela causa palestiniana, "Carlos" alinhou com a ala mais radical da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) de Waddi Haddad, na luta contra Israel, antes de, supostamente, ter começado a actuar por conta própria.

Suspeito de ser o autor de mais de uma dezena de atentados ao longo de dez anos, entre 1973 e 1984, a maior parte deles na Europa, foi detido em 1994, no Sudão, e condenado em França a prisão perpétua em 1997 pela morte de três homens, dois deles polícias. Desta vez respondia pela organização de quatro atentados em Paris, os quais teriam como objectivo conseguir a libertação da sua companheira alemã, Magdalena Kopp, e do suíço Bruno Bréguet, membros do seu grupo e presos na capital francesa.

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