O menino pobre, que se fez rico e influente com a entrada no PSD

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Duarte Lima destacou-se como acérrimo defensor das políticas cavaquistas Foto: Daniel Rocha/arquivo

Os últimos anos afastam o cenário de conto de fadas, mas a vida de Domingos Duarte Lima tinha tudo para constar daquelas histórias com final feliz. Menino pobre do interior, que perdeu o pai aos 11 anos e se fez rico e influente à custa de muito esforço, dedicação e inteligência. Pelo meio venceu a doença com a mesma tenacidade e dedicou-se à causa solidária de apoio às vítimas da enfermidade.

Nascido em Miranda do Douro, no seio de uma família de nove irmãos, contou com o apoio de uma influente família local para rumar a capital, onde concluiu o liceu e se lançou no caminho do poder. A história de sucesso começou Universidade Católica, onde com o apoio de uma bolsa concluiu o curso de Direito e conheceu Margarida Marante.

Impressionada com a tenacidade e inteligência do humilde colega de Trás-os-Montes, a então jornalista da televisão logo o recomendou a Ângelo Correia, responsável directo pelo núcleo do PSD na RTP. É o tempo da ascensão do cavaquismo e com a chegada ao Ministério da Administração Interna, em 1981, Ângelo logo o nomeia como adjunto. "Era um rapaz pobre, apadrinhei-o", disse recentemente quando confrontado com as acusações de que Duarte Lima já era alvo.

A partir daí foi a imparável ascensão. Eleito deputado em 1983, vai conquistando influência e chega à liderança parlamentar em 1991.

Destaca-se como acérrimo defensor das políticas cavaquistas, cultiva amizades entre os poderosos e começa a evidenciar sinais de enriquecimento. A denúncia de negócios suspeitos pelo semanário Independente obriga-o a demitir-se e a recuar para a sombra da vida política.

Apanhado pelo diagnóstico de leucemia, vence a doença com a tenacidade dos audazes e lança uma associação de apoio às vítimas daquela doença, através da qual regressa à notoriedade pública.

Volta a deputado com a liderança de Pedro Santana Lopes e chega a ser anunciado para vice-presidente do partido com a eleição de Luís Filipe Menezes.

O seu envolvimento nos ruinosos negócios do BPN e as suspeitas ligadas à morte de Rosalina voltaram a atirá-lo para a penumbra da vida partidária.

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