WikiLeaks suspende actividade por dificuldades financeiras

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Assange diz que a organização se vai concentrar na recolha de fundos Luke MacGregor/Reuters

A WikiLeaks anunciou a “suspensão temporária” da publicação de documentos confidenciais por razões financeiras, devido ao bloqueio que lhe foi movido pelas grandes empresas de serviços bancários que ameaça a existência do site. Nos próximos meses, a prioridade será dada à recolha de fundos por meios alternativos.

“Se a WikiLeaks não encontrar uma forma de ultrapassar este bloqueio até ao final do ano, simplesmente deixaremos de poder continuar”, afirmou Julian Assange, co-fundador do site, numa conferência de imprensa em Londres.

Segundo Assange, a organização perdeu 95% das suas receitas desde que, a 7 de Dezembro de 2010, as entidades Bank of America, Visa, Mastercard, Paypal e a Western Union anunciaram que deixariam de efectuar transferências para a Wikileaks, asfixiando-a financeiramente.

A decisão foi anunciada dez dias depois da publicação de 250 mil telegramas do Departamento de Estado, numa fuga de informação que embaraçou a diplomacia norte-americana, ao revelar confidências e informações trocadas com embaixadas em todo o mundo. Assange não tem, por isso, dúvidas que o bloqueio é resultado de um “ataque político concertado da iniciativa dos EUA”.

Em comunicado, a organização recorda que foi o próprio Departamento do Tesouro a concluir que “não havia justificações legais para incluir a WikiLeaks na lista de organizações sujeitas a bloqueio financeiro”. Ainda assim, a medida “arbitrária e ilegal” manteve-se.

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