Orçamento de Estado traduz “desinteresse pelos graves problemas” de Braga

O deputado do PCP Agostinho Lopes considera que a fatia do Orçamento de Estado de 2010 para Braga traduz “o abandono e desinteresse do Governo pelos graves problemas com que o distrito se debate”.

“Este orçamento é muito mau para Braga”, afirmou, em declarações à agência Lusa, realçando que há um corte para Braga da ordem dos 68 milhões de euros, mais do dobro do verificado na média de Portugal continental.

O deputado frisou que as verbas para Braga inscritas no Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) passaram de 100 milhões de euros, em 2009, para pouco mais de 31 milhões de euros, este ano.

Acentuou que, deste montante, 15 milhões de euros são para o Laboratório Internacional de Nanotecnologia, cinco milhões para o evento Guimarães Capital Europeia da Cultura, restando 11 milhões de euros para 11 dos 14 concelhos do distrito, já que Amares, Póvoa de Lanhoso e Vila Verde não foram contemplados.

O parlamentar criticou também directamente o governador civil de Braga, Fernando Moniz, por ter anunciado um programa de emergência para o distrito e não indicar o destino a dar ao dinheiro.

“Se as verbas para o distrito dos investimentos da Administração Central não estão todas no PIDDAC, então que nos digam quais são os investimentos que vão ser feitos no distrito”, desafiou.

Agostinho Lopes lembrou que tem feito perguntas a grande parte dos ministros que tutelam a despesa e os investimentos para as obras do distrito, mas ainda não obteve respostas por escrito.

A mais recente foi à ministra do Trabalho, sobre as perspectivas de investimentos do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais: “Também espero pela resposta. Tenho que concluir que os poucos investimentos para o distrito são os que estão indicados no PIDDAC”, disse.

O deputado do PCP, eleito pelo círculo eleitoral de Braga, garantiu que os comunistas vão bater-se pela “correrão do Orçamento de Estado”, estando entre as propostas a apresentar o pagamento de retroactivos das pensões, a partir de 2007, de milhares de trabalhadores afectados pela reforma da Segurança Social que só viram corrigidas as suas pensões no OE de 2009.

“Como os deputados do PS durante a campanha eleitoral disseram que esses retroactivos iriam ser pagos, esperamos que essas verbas apareçam no OE de 2010”, disse.

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