Não era champanhe, foi ginja, mas o brinde fez-se à mesma. “À senhora primeira-ministra de Portugal, a primeira vez que acontece depois da rainha D. Maria!” propôs o presidente da Câmara de Alcobaça, o social-democrata Gonçalves Sapinho, onde Manuela Ferreira Leite concluíra a terceira arruada do dia, uma jornada que encerra com um mega-jantar em Pombal onde são esperados mais de 700 apoiantes.

O dia amanheceu frio para a caravana social-democrata. No Cadaval, no distrito de Lisboa onde a líder é candidata a deputada, Ferreira Leite atravessou ruas desertas, mas a comitiva não esmoreceu. Com ela, chegara Teresa Morais, cabeça-de-lista por Leiria, Helena Lopes da Costa e Maria José Nogueira Pinto, um grupo de mulheres que haveria de se reforçar ao longo do dia com a deputada Zita Seabra, nas Caldas da Rainha.

À tarde em Alcobaça, Leonor Beleza, ex-ministra de Cavaco Silva, foi dar um apoio a Manuela Ferreira Leite. Em conversa com os jornalistas lembrou a sua “alma laranja” para justificar a sua presença, apesar de continuar fora da política activa – “em algum momento gosto de fazer mais e lembrar a minha militância”. Houve quem a confrontasse com a sua dura experiência de governação e Leonor Beleza diz que por vezes o exercício de poder é “áspero”. Surprendeu-se com o humor de Ferreira Leite no programa dos Gato Fedorento (que, aliás, rendeu à líder, durante todo o dia muitos comentários bem dispostos) e antecipa que se Manuela suceder a Sócrates saberá combinar esse lado bem disposto com “a sensibilidade aos problemas das pessoas e a capacidade de os ultrapassar”.

O dia teve os seus altos e baixos. À frieza do Cadaval sucedeu-se algum calor nas Caldas da Rainha onde o presidente da Câmara, Fernando Costa, foi um anfitrião empolgado. A ponto de dizer que Ferreira Leite iria partir dali para a vitória nas legislativas. Como os militares partiram para os golpes de 16 de Março e do 25 de Abril de 1974.