Hospitais de Lisboa têm doentes com bactéria que matou oito pessoas em Faro

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Clostridium difficile DR

Os hospitais de Egas Moniz e Pulido Valente, em Lisboa, têm alguns casos de doentes infectados com a mesma bactéria que matou oito pessoas no Hospital de Faro, noticia o “Correio da Manhã” na sua edição de hoje. Mesmo assim, a Direcção-Geral da Saúde continua a negar a existência de um surto.

A Clostridium difficile é um microrganismo de muito fácil contágio e bastante comum nos hospitais, onde as pessoas se encontram mais fragilizadas e onde a toma mais frequente de antibióticos anula o equilíbrio do sistema imunitário. No entanto, este agente infeccioso presente na flora intestinal também se pode desenvolver em casa, em circunstâncias especiais. Os últimos dados nacionais apontam uma prevalência de 9,9 por cento de infecções nos hospitais portugueses.

A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) abriu no sábado um inquérito na sequência da infecção com uma bactéria no Hospital de Faro, que terá também afectado cerca de três dezenas de doentes. O Ministério da Saúde justificou a abertura da investigação com a necessidade de "explicar o que se passou na unidade e o que correu mal". Os casos de morte podem não estar directamente ligados à infecção por esta bactéria, ressalva a mesma fonte.

O Hospital de Faro referiu que foram confirmados 31 casos positivos de infecção desde o dia 1 de Janeiro, mas refere não haver uma relação directa entre as mortes e a presença da bactéria. A infecção foi primeiramente detectada num idoso que entrou nas urgências em Janeiro e que terá transmitido a doença a outros utentes.

Ainda que o hospital não relacione as mortes com a bactéria, há cerca de 15 dias houve uma reunião de urgência envolvendo a Comissão de Controlo de Infecção, de forma a tentar conter o aumento de casos que ocorreram no início do ano mas que só este mês foram conhecidos.

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