Chama-se Maddy 129 o primeiro livro que chegará, já para a semana, às lojas, sobre o caso Madeleine. Da autoria de dois jornalistas, Hernâni Carvalho e Luís Maia da TVI, a obra quis reunir tudo o que foi dito desde o dia 3 de Maio, o dia em que Madeleine, então com 3 anos, desapareceu do apartamento de férias alugado pelos pais na Aldeia da Luz, no Algarve. Um livro que quer ter um princípio, meio e fim, numa história que não tem final à vista.

Ao todo foram 129 dias o tempo que o casal McCann passou em Portugal. A história, relatada em 208 páginas, começa com a chegada do casal para passar férias. E acaba quando, já constituídos arguidos, Kate e Gerry voltam a Inglaterra. O meio da história é conhecido de todos.

Hernâni Carvalho, um dos jornalistas que mais se dedicou, nos últimos meses ao caso Madeleine, autor da rubrica da TVI “Crime disse ele”, confessa que já lhe tinha passado pela cabeça escrever um livro sobre o assunto. “Se ninguém pensasse nisso antes, eu queria um dia fazer um livro sobre isto”. Até que surgiu um desafio da editora Prime Books, que foi desde logo aceite pelos autores. “Colocámos uma única condição à editora: que o livro fosse um trabalho jornalístico”, diz Hernâni Carvalho.

“Este é um livro sobre uma investigação que ainda ninguém sabe se vai acabar. Mas tínhamos de arranjar um fim”, explica Luís Maia. “O fim da nossa história dá-se quando, já constituídos arguidos, Kate e Gerry decidem abandonar Portugal e voltar para Inglaterra, algo que tinham dito que não queriam fazer, desde o início”, explica o jornalista da TVI. “Foi o fim de um ciclo, até na cabeça deles, que não queriam ir embora.”

Mais do que um livro sobre um caso dramático, por resolver, que marcou a sociedade portuguesa e internacional e “que se tornou quase um caso de Estado”, como lembra Luis Maia, Maddy 129 é um livro que tem como objectivo levantar dúvidas: “O livro apresenta essencialmente uma série de dúvidas. A primeira é: O que aconteceu a Madeleine McCann? Depois de toda a informação sobre o caso, o que sobressai são uma série de dúvidas e de contradições, factos que não encaixam”, explicam os autores.

“Não queremos encontrar culpados. O que queremos é colocar dúvidas. Porque é que os depoimentos dos amigos do casal e do próprio casal não batem certo? Porque é que as horas a que dizem ter ido ver as crianças ao apartamento e em que dizem ter estado no restaurante não coincidem? As teses ficam para os eruditos e para os especialistas”, acrescenta Hernâni Carvalho.

“O leitor terá no livro uma percepção muito global sobre este caso. Mesmo em termos e análise do modo como foi coberta a história este livro possibilita um melhor conhecimento do caso”, defende Luís Maia.

Hernâni Carvalho afirma, que, à parte o lançamento do livro, continua a seguir o caso: “Mas agora menos. O que vai acontecer agora é previsível. Quantos anos tem o processo Casa Pia? E o Apito Dourado?”.