Estudo sobre salas de injecção assistida suspenso desde a queda da câmara de Lisboa

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João Goulão diz que "este é um momento de renegociar o plano de intervenção com a câmara municipal" Pedro Cunha/PÚBLICO (arquivo)

Os trabalhos do grupo criado para estudar a localização das futuras salas de injecção assistida em Lisboa estão suspensos desde a dissolução do executivo camarário, disse hoje o presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência.

João Goulão disse que o instituto mantém a intenção de criar na capital duas instalações de consumo apoiado para a recuperação (ICAR), também conhecidas como salas de chuto, mas adiantou que desde a queda da autarquia, a 10 de Maio, os trabalhos da comissão encarregada do projecto pararam. "Estávamos em fase final de definição dos moldes de funcionamento e dos locais", referiu, escusando-se a precisar a localização das salas.

O responsável diz que "este é um momento de renegociar o plano de intervenção com a câmara municipal". "Esperamos não perder esse interlocutor", acrescentou.

Posição de alguns candidatos preocupa o responsável

Questionado sobre a oposição manifestada por alguns candidatos à autarquia lisboeta quanto à criação das ICAR, João Goulão admitiu alguma inquietude, mas preferiu não antecipar eventuais dificuldades. "Logo veremos. Não vale a pena especular sobre os resultados eleitorais, mas é claro que continuamos preocupados com a questão. A evidência das necessidades é sempre sentida por quem lida mais proximamente com a realidade", concluiu.

As ICAR, aprovadas em reunião de câmara em Novembro passado com a abstenção do PCP e os votos contra do CDS-PP, inserem-se na estratégia municipal de intervenção para as dependências e serão financiadas em 60 por cento pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência. Além do consumo de drogas, os toxicodependentes terão apoio médico, psicossocial, de higiene e alimentação e informação sobre o tratamento.

Segundo fonte do gabinete do vereador da Acção Social, Sérgio Lipari Pinto, a primeira sala deveria abrir no segundo trimestre do ano, um projecto que tem merecido críticas e queixas de deputados municipais e de moradores das zonas inicialmente previstas para a sua localização: a Quinta do Lavrado, na freguesia de São João, e o bairro do Charquinho, em Benfica, onde funcionam gabinetes de apoio ao toxicodependente.

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