Kameraphoto e Casa Fernando Pessoa propõem viagem por 40 fotografias

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Cada visitante deverá construir o seu percurso pela mostra Kamera Photo

A Kameraphoto, a primeira agência de fotógrafos "free lancers" em Portugal, e a Casa Fernando Pessoa, abriram ontem ao público uma exposição de 40 fotografias da autoria dos 11 fotógrafos da agência. A viagem proposta, em que o fio condutor fica ao critério do visitante, parte de uma frase de um poema de Fernando Pessoa: "Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou."

Rui Xavier, um dos 11 elementos que formam a Kameraphoto, explica que esta agência surgiu, em 2003, com dois objectivos. Um deles é o de vender trabalho para diversas publicações. No site da agência, em http://www.kameraphoto.com, a lista de clientes vai do francês "L’Express" ao britânico "The Independent", passando pela revista "Time" e por várias publicações portuguesas. O outro objectivo da Kameraphoto é o trabalho documental e para o cumprir criaram, em 2005, a Kgaleria.

"É importante ter esta estrutura que promove exposições de fotografia, da nossa e da de outros fotógrafos fora da agência também", conta Rui Xavier. E conta que foi no âmbito desta faceta da agência que surgiu o convite da Casa Fernando Pessoa.

"Num ano em que os direitos de publicação da obra de Fernando Pessoa passaram a ser de utilização livre, pegámos numa frase do autor, do poema Tabacaria — ‘Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou’ — e usámo-la como única fonte de inspiração para a escolha das imagens. O facto de ser uma interrogação, que revela muito da obra do autor, suscita em nós próprios a incerteza de que somos sempre alvo. Este é um bom ponto de partida", conta Rui Xavier.

Na exposição, aberta desde ontem, há ainda, para além desta viagem por 40 fotografias, um mural de oito por cinco metros de altura, com quatro mil fotografias que Rui Xavier diz que representam "várias visões do mundo, à boa maneira de Fernando Pessoa, colapsadas numa parede". O desafio está lançado: "Cada visitante criará o seu fio condutor. Cada um imagina o que quiser. A nossa ideia é que o processo seja o mais livre possível. Seria óptimo que mil pessoas vissem mil coisas diferentes."

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