APE: obra de Orlando da Costa foi "dos momentos mais relevantes da ficção portuguesa"

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A obra de Orlando da Costa, que morreu hoje aos 76 anos, foi "um dos momentos mais relevantes da ficção portuguesa", considerou José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores (APE). O funeral do escritor realiza-se amanhã no cemitério do Alto de São João, em Lisboa.

Orlando da Costa "contribuiu com os seus romances, os seus poemas e a sua dramaturgia para uma renovação de formas e temas que trouxeram à literatura portuguesa uma base próxima do neo-realismo, com textos e realizações inconfundíveis", comentou José Manuel Mendes.

"Esboçando um desenho muito rigoroso do país ao tempo da ditadura e depois dela, nunca esqueceu a rede de questionamentos psicológicos que era expressão de um modo singularíssimo de compreensão do homem português na sua totalidade" , acrescentou.

O escritor Mário de Carvalho destacou a "humanidade e companheirismo" do romancista e classificou a sua prosa como "muito apurada", com um “grande domínio do português”.

"Era uma pessoa perfeitamente extraordinária, com um sentido de camaradagem invulgar e destacava-se pelo sentido de humanidade, companheirismo e sensatez".

De todos os livros, o escritor realça "Podem Chamar-me Eurídice", que considera ser "um dos bons romances que se escreveram no século XX".

"É uma história de resistência e uma história de um grande amor, escrita com uma técnica muito apurada, também com ternura e com um sentido épico e lírico", acrescentou.

"O Signo da Ira" é outra das obras de Orlando da Costa que é destaca por Mário de Carvalho.

Orlando da Costa nasceu em Lourenço Marques, actual Maputo, em 1929, e viveu a infância e adolescência em Goa, donde recolheu inspiração para algumas obras. Em 1947 veio para Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras.

O corpo de Orlando da Costa está em câmara ardente desde as 15h30 de hoje na Basílica da Estrela. O funeral segue amanhã, pelas 18h00, para o cemitério do Alto de São João, em Lisboa, onde pelas 19h00 o corpo será cremado.

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