Valentim Loureiro afirmou ontem à noite que se o líder social-democrata, Luís Marques Mendes, não ouvir as bases do PSD, que defendem a sua recandidatura à Câmara de Gondomar pelo partido, será "um bocadinho ditador".

O autarca de Gondomar, que falava aos jornalistas no final de uma reunião do plenário da concelhia local que aprovou por unanimidade e aclamação a proposta de perfil de candidato avançada pela Comissão Política - feita "à medida" de Valentim Loureiro - afirmou que "impor a vontade às bases era noutros tempos, antes do 25 de Abril".

"Parece que para ele [Marques Mendes] as bases não contam. Se a concelhia e a distrital do Porto me quiserem acham normal que ao fim destes anos todos digam que não mereço a confiança política do partido?", questionou Valentim Loureiro, que ostentava no peito o "pin" dos 30 anos de militância no PSD.

Marques Mendes já afirmou publicamente que Valentim Loureiro, em Gondomar, e Isaltino Morais, em Oeiras, não serão candidatos às câmaras a que presidiam nas próximas autárquicas em representação do PSD, por critérios que disse estarem relacionados com questões de credibilidade e de confiança política.

Apesar de a concelhia de Gondomar ter aprovado apenas o perfil do candidato do PSD às autárquicas de Outubro, o nome de Valentim Loureiro foi várias vezes referido como o desejado para representar o partido.

Na reunião de quarta-feira à noite, a concelhia de Gondomar aprovou por unanimidade o perfil e o nome de Valentim Loureiro como candidato do PSD às autárquicas de Outubro.

Para Valentim Loureiro, Marques Mendes "antecipou-se, e vir para a praça pública dizer o que disse não é correcto".

Loureiro deixou novamente claro que será candidato, com ou sem PSD, mas quando confrontado com o que lhe provocaria enfrentar o seu próprio partido, afirmou que não está a ver que isso aconteça, acrescentando: "Mas se tiver de ser, será". "Não é por vontade minha, porque quero ser candidato pelo PSD", acrescentou.