Sismo no México provocou pelo menos 61 mortos

Cidade de Juchitán, no estado de Oaxaca, foi uma das mais afectadas pelo abalo mais intenso no país desde 1932.

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Equipas de resgate procuram sobreviventes entre os destroços EDGARD GARRIDO/Reuters

Subiu para 61 o número de mortos provocados pelo sismo que abalou na madrugada de sexta-feira o Sul do México – o mais forte abalo registado em todo o mundo desde o início deste ano.

A cidade de Juchitán, na zona costeira do estado de Oaxaca, foi uma das mais afectadas, com dezenas de edifícios destruídos e muitos outros danificados.

“A situação de Juchitán é crítica. Este é o momento mais terrível da sua história”, afirmou o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, numa visita à cidade na sexta-feira à tarde para acompanhar os trabalhos de socorro e, já depois de ter decretado um dia de luto nacional, com as bandeiras a meia-haste em todo o país em memória das vítimas.

O sismo de sexta-feira foi mais forte do que aquele que em 1985 arrasou parte da capital mexicana originando milhares de mortos, mas teve origem no mar a uma profundidade superior (quase 70 km) tendo sido sentido numa zona menos povoada do país, o que ajuda a explicar o menor número de vítimas.

Mas a zona afectada é também uma das regiões mais pobres do país. “Ficámos sem nada. Não temos poupanças nenhumas”, lamentava-se Dalia Vasquez, uma cozinheira de 55 anos cuja casa foi muito danificada pelo abalo. Segundo a Reuters, mais de uma centena de edifícios ruíram ou sofreram danos graves, incluindo a sede da autarquia local, e as autoridades temem que além dos 17 mortos confirmados haja muitas vítimas por resgatar debaixo dos escombros.

“Foi brutal, brutal. Parecia um monstro, um comboio a passar por cima dos nossos telhados”, contou à mesma agência Jesus Mendoza, um dos muitos habitantes que procurou refúgio nos jardins frente à câmara.

Segundo John Bellini, geofísico do Centro Nacional de Informação de Sismos de Golden, no Colorado, o sismo ao largo do estado de Oaxaca foi o mais intenso a atingir o México desde o abalo de 1932 em Jalisco e que provocou cerca de 400 mortos.

De acordo com o último balanço, o sismo provocou pelo menos 61 mortos, 45 dos quais em Oaxaca, 12 no vizinho estado de Chiapas e quatro em Tabasco. O abalo foi também sentido com intensidade no Norte da Guatemala, onde há notícia de uma vítima mortal. Só no estado de Oaxaca há ainda 250 pessoas e um número indeterminado de desaparecidos, adiantou o ministro da Agricultura mexicano, José Calzada. As escolas foram também suspensas em grande parte do Sul e Centro do México e muitos alunos poderão não regressar às aulas durante algum tempo, já que há dezenas de escolas danificadas.

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