Primeiro-ministro norueguês diz que Breivik “falhou”

A princesa Mette-Marit e o princípe Haakon emocionados ao ouvir as palavras do primeiro-ministro
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A princesa Mette-Marit e o princípe Haakon emocionados ao ouvir as palavras do primeiro-ministro Lise Aserud/AFP
O rei norueguês Harald (à dta.) e o primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, na cerimónia de homenagem às vítimas
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O rei norueguês Harald (à dta.) e o primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, na cerimónia de homenagem às vítimas Berit Roald/AFP
A família real e o chefe de Governo marcaram presença na cerimónia
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A família real e o chefe de Governo marcaram presença na cerimónia Berit Roald/AFP
O primeiro-ministro fala durante a homenagem
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O primeiro-ministro fala durante a homenagem Berit Roald/AFP
OS familiares das vítimas do ataque na ilha de Utoya realizaram uma cerimónia privada
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OS familiares das vítimas do ataque na ilha de Utoya realizaram uma cerimónia privada Vegard Groett/Reuters

O primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, afirmou este domingo - durante as cerimónias que decorrem na Noruega um ano após os ataques mais sangrentos ocorridos no país depois da Segunda Guerra Mundial - que o autor do massacre em Oslo e na ilha de Utoya, Anders Behring Breivik, “falhou” na sua tentativa de mudar a sociedade norueguesa.

“A bomba e as balas de Breivik tinham por missão mudar a Noruega. O povo norueguês respondeu abraçando os nossos valores. O assassino falhou, o povo venceu”, declarou Stoltenberg em Oslo, durante a cerimónia de homenagem às vítimas dos ataques que aconteceram há precisamente um ano.

No dia 22 de Julho de 2011, o extremista de direita então com 32 anos colocou uma bomba de quase uma tonelada na sede do Governo em Oslo, provocando a morte de oito pessoas, tendo depois feito mais 69 mortos durante um tiroteio na ilha de Utoya, onde decorria um acampamento de Verão de jovens do Partido Trabalhista. No total morreram 77 pessoas nos ataques conduzidos por Breivik.

O ataque teve motivações enraizadas na filosofia de extrema-direita defendida por Breivik, que afirma ter protegido o país da “invasão muçulmana” e de uma sociedade “multicultural”, um valor caro para os jovens trabalhistas reunidos em Utoya.

Ele próprio um membro do Partido Trabalhista, Stoltenberg deu início às cerimónias deste domingo depositando uma coroa de flores junto ao local onde explodiu a bomba na sede do Governo.

“Nas horas e nos dias que se seguiram à jornada de 22 de Julho do ano passado nós fomos uma Nação, unida no choque e no desespero e unida na defesa inquebrantável da humanidade e da diversidade”, sublinhou Stoltenberg. “Um ano depois, reunimo-nos novamente, conscientes que quando devemos, podemos”, disse o governante aos seus compatriotas, enaltecendo o facto de eles terem resistido ao isolacionismo. “Celebremos os mortos saboreando a vida”, acrescentou.

Também este domingo reuniram-se na ilha de Utoya os familiares e amigos dos jovens que morreram no massacre do ano passado. Dezenas de pessoas desembarcaram na pequena ilha verdejante situada a cerca de 40 quilómetros de Oslo, depositando aí flores e pedras, numa homenagem privada e íntima partilhada apenas por aqueles que perderam os seus entes queridos.

Já no final de domingo, perto de 50 mil pessoas, entre estas o primeiro-ministro norueguês e os príncipes, participaram sob chuva num concerto de homenagem em Oslo às vítimas dos ataques. Muitos dos participantes apareceram com rosas, flor tornada um símbolo de nacional de homenagem.

Breivik, que permanece detido, deverá ouvir o veredicto dos juízes no próximo dia 24 de Agosto. O extremista reconheceu ser o autor dos ataques mas declarou-se “inocente”. Na sua opinião, os ataques foram um acto “atroz mas necessário”.

Notícia actualizada às 20h12 com informação sobre concerto de homenagem às vítimas
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