George Osborne. De ministro das Finanças a director de jornal

Antigo ministro das Finanças de David Cameron não vai deixar de ser membro do Parlamento britânico, apesar de passar a dirigir o diário gratuito de Londres, que tem uma circulação de 900 mil exemplares.

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Osborne deixou o Governo de Cameron depois da vitória do “Brexit” no referendo de 2016 LUSA/MICHAEL REYNOLDS

George Osborne foi anunciado nesta sexta-feira como o novo director do jornal London Evening Standard, um vespertino de Londres distribuído gratuitamente. O ex-ministro das Finanças do Governo de David Cameron não tem experiência no jornalismo, mas para ele não é um problema, tal como não é, garante, continuar como membro do Parlamento. "Fui eleito pelos meus constituintes de Tatton para os servir e tenho a intenção de cumprir essa promessa", disse numa declaração.

O novo director do jornal defendeu a sua nomeação dizendo que se trata de uma "honra gigante" e que como director do jornal a sua "única intenção é dar a voz a todos os londrinos. Seremos destemidos como jornal a lutar pelos seus interesses", disse. E diz que o que o vai guiar é apenas uma questão: "Vamos julgar o que o governo, os políticos de Londres e os partidos políticos fazem em relação a este simples teste: é bom para os nossos leitores e bom para Londres?", garante, admitindo logo à partida um posicionamento sobre cada assunto. "Se for [bom para os leitores e para Londres] vamos apoiá-los. Se não for, seremos rápidos a dizer não". Apesar das novas funções, Osborne garante que vai continuar a ser membro do Parlamento e a lutar por um fortalecimento do Norte do país.

Osborne foi anunciado pelo dono do jornal, Evgeny Lebedev, através da sua conta de Twitter. "Estou orgulhoso de ter um director com tamanha substância, que reforça a posição e influência do Standard em Londres. E cujos pontos de vista políticos — socialmente um liberal e economicamente um pragmático — coincidem com os pontos de vista de muitos dos nossos leitores." Na mensagem que deixou no Twitter, Lebedev diz que está confiante que Osborne será "a pessoa certa" para continuar o legado de Sarah Sands, a antiga directora do jornal, que saiu para a BBC.

A notícia causou espanto entre os políticos britânicos, conta o Guardian. O líder dos liberais, Tim Farron, ironizou com a escolha dizendo que o jornal deve agora virar à esquerda. E deixou a pergunta: "O que vem a seguir, Corbyn [líder dos trabalhistas] tornar-se director do Morning Star?" Já o número 10 de Downing Street foi apanhado de surpresa pelas perguntas dos jornalistas no briefing matinal, garantiu o porta-voz de Theresa May.

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