Governo finlandês colapsa após eleição de novo líder da extrema-direita

Jussi Halla-aho, que já foi condenado por declarações discriminatórias, sucedeu a Timo Soini nos Verdadeiros Finlandeses.

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O novo líder dos Verdadeiros Finlandeses compara o islão à pedofilia. Reuters/LEHTIKUVA

A coligação de três partidos no poder na Finlândia foi dissolvida esta segunda-feira após a nomeação do novo líder dos Verdadeiros Finlandeses, um dos movimentos que sustentava o Executivo de Juha Sipila. A decisão foi anunciada após uma reunião entre o primeiro-ministro e o líder do segundo maior partido, os liberais da Coligação Nacional.

No fim-de-semana, Jussi Halla-aho sucedeu a Timo Soini na liderança do partido nacionalista. O novo dirigente coloca-se mais à direita que o antecessor, pedindo a saída da Finlândia da União Europeia e comparando o islão à pedofilia.

Hoje, o primeiro-ministro afirmou que não há condições para trabalhar com o partido de Halla-aho, que no passado foi condenado judicialmente por condenações discriminatórias contra muçulmanos e somalis. O novo dirigente nacionalista defende medidas anti-migratórias como sanções para organizações humanitárias que resgatem refugiados no Mediterrâneo, argumentando que estas incentivam o movimento de africanos para a Europa.

A Finlândia era governada desde 2015 pelo Partido do Centro de Sipila, em acordo com a Coligação Nacional do ministro das Finanças, Petteri Orpo, e os Verdadeiros Finlandeses. Orpo também considera que a coligação perdeu viabilidade com a eleição de Halla-aho.

De acordo com a Reuters, é pouco provável que sejam convocadas eleições antecipadas, devendo Sipila procurar formar uma nova coligação com os liberais, os democratas cristãos e um partido da minoria sueca. A confirmar-se esse cenário, o Governo ficaria dependente de uma maioria parlamentar frágil, constituída por 101 dos 200 deputados.

A crise política surge num momento em que Helsínquia consolida uma recuperação após a maior recessão económica em duas décadas, com os analistas do banco Nordea, citados pelo Financial Times, a preverem um crescimento de 3% este ano.

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