António Manuel Baptista, professor catedrático de Física na Academia Militar, vai presidir à comissão que irá elaborar um Plano de Promoção do Estudo da Matemática e das Ciências.

A comissão, que hoje se reúne em Lisboa com o primeiro-ministro e o ministro da Educação, é também composta por Pedro Freitas, representante da Sociedade Portuguesa de Matemática, Augusto Barroso, pela Sociedade Portuguesa de Física, e Jorge Buesco, do Departamento de Matemática do Instituto Superior Técnico.

O grupo de trabalho pretende encontrar soluções para combater o elevado insucesso escolar dos alunos portugueses nas disciplinas de Matemática e Física.

Ainda sem estratégias definidas, o grupo já teve tempo, no entanto, para se aperceber de que neste campo há "muito para fazer".

O insucesso dos alunos portugueses nas disciplinas de Matemática e Física tem sido uma constante nos exames nacionais do ensino secundário. Este ano, o desempenho dos alunos na primeira fase voltou a registar médias negativas nas duas disciplinas.

Segundo o relatório do Ministério da Educação, a média das classificações situou-se nos sete valores a Matemática e nos 9,2 a Física.

Um estudo desenvolvido pelo Gabinete de Avaliação Educacional, divulgado em Novembro de 2001, indicava como principal dificuldade dos alunos do 12º ano no que diz respeito à Matemática a incapacidade para ligar diferentes temas, produzir raciocínios demonstrativos, interpretar resultados e efectuar cálculos com destreza.

As dificuldades dos alunos portugueses com a matemática foram igualmente reveladas pelo PISA (Programme for International Student Assessment), um estudo organizado pelo Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) e que envolveu 32 países e 256 mil estudantes.

Segundo o estudo, mais do que na leitura, é na Matemática e nas Ciências que os alunos portugueses de 15 anos mais perdem em comparação com os seus parceiros da OCDE. Apenas sete dos 32 países avaliados registam um desempenho tão baixo ou pior do que Portugal.

No caso da Matemática, Portugal afasta-se 46 pontos do valor médio de referência (500) e nas Ciências fica 41 pontos aquém da média.