É admirável a rapidez, competência e valentia das pessoas, profissionais ou não, que minimizaram a matança em Londres. Foi graças a elas que a tragédia não foi pior ainda.

No entanto é preciso perguntar o que é que impede outro assassino de repetir o atentado? Seja em Londres, Nice, Berlin ou em qualquer outra cidade em que é fácil usar um veículo para atropelar peões. Em Antuérpia a polícia conseguiu deter um condutor potencialmente perigoso que passou um sinal vermelho em grande velocidade. E se tivesse tido mais cuidado?

O sistema vigente nas nossas grandes cidades protege os automóveis mais do que os peões. É por isso que qualquer terrorista consegue atropelar pessoas antes de parar o carro para saír com uma faca para matar outras.

Se o condutor não fosse um assassino mas um bêbado descontrolado poderia ter havido o mesmo (ou maior) número de vítimas, fora o esfaqueamento.

Na Casa dos Comuns o sistema de segurança funcionou. Custa aceitar a morte do heróico Keith Palmer mas como é que se elimina o perigo de ser a primeira vítima de um assassino com uma faca?

O sistema de resposta ao atentado também funcionou muito depressa e muito bem. Sem dúvida que, com a experiência da tragédia, também se aprenderam lições.

Não tenho quaisquer respostas para a minha pergunta sobre a segurança dos peões nas cidades. Só os especialistas terão ideia da complexidade das possíveis soluções. Mas o problema existe. E continuará enquanto for tão fácil atropelar dezenas de pessoas de uma só vez.