Tolerância zero para estacionamento em segunda fila no Porto

Índice de gravidade dos acidentes vem baixando, mas o município quer melhorar os resultados.

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A Polícia Municipal vai aumentar a fiscalização e promete mão dura para o estacionamento indevido MR MANUEL ROBERTO

A Polícia Municipal do Porto vai aumentar a fiscalização e promete tolerância zero para os condutores que estacionem em segunda fila, nas ruas da cidade, principalmente nos casos em que essa infracção obrigue os outros condutores a invadirem a faixa contrária. O presidente da Câmara, Rui Moreira, considera que existe “um desrespeito reiterado” que impõe a aplicação de medidas por parte da força ao serviço da autarquia, que conta com mais 42 efectivos desde Agosto. 

O anúncio desta nova postura da Polícia Municipal aconteceu numa conferência de imprensa sobre mobilidade, na qual Rui Moreira apresentou dados sobre os ganhos conseguidos na velocidade do transporte público em zonas onde o município realizou já algumas intervenções, como o Jardim do Carregal (a velocidade dos autocarros da STCP aumentou 30%) ou Costa Cabral, bem como os efeitos na sinistralidade. Em Costa Cabral, o ano segue com 14 acidentes, contra os 40 registados em 2012, e houve até agora três atropelamentos. Noutra zona, a da Foz, o índice de gravidade dos acidentes caiu de 4,55, em 2013, para zero, este ano.  

De resto, em toda a cidade, e apesar de um ligeiro aumento do número total de acidentes, o índice de gravidade dos mesmos (que contabiliza os seus efeitos, em mortos e feridos graves e ligeiros) tem diminuído sustentadamente. Era de 1,26 em 2012, chegou aos 0,5 em 2014 e cifrou-se nos 0,35 no ano passado, resultado que o pelouro da mobilidade atribui à melhoria das condições de circulação nas ruas, da sinalização, dos passeios e da iluminação das passadeiras.

O autarca assinala que a concessão do estacionamento pago à superfície fez aumentar a fiscalização, a rotatividade no uso dos lugares e, consequentemente, um menor recurso ao estacionamento em segunda fila nas zonas com parquímetros, mas nota que noutras áreas os condutores continuam a abusar, facto que dificulta a fluidez do trânsito onde é cada vez maior a pressão sobre a via pública, assinalou.

Sem novos dados sobre fluxos de automóveis (a cidade recebia 65 mil carros/dia em 2011, contra dez mil que saiam para outros concelhos), Rui Moreira olhou para outros números, associados ao turismo e à reabilitação urbana. O número de pedidos para abertura de esplanadas duplicou, entre 2013 e 2016; e há mais 500 pedidos de ocupação do espaço público, para obras. Somado a isto o incremento de turistas, e de serviços de transporte de turistas, o autarca considera haver uma forte pressão sobre as vias de circulação, o que exige, para além de mais obras, uma forte intervenção das forças de segurança.

Nesta conferência de imprensa, Rui Moreira anunciou novas medidas, como a duplicação de sentidos na rua Raúl Peres, na Foz, a repavimentação da Rua de Bartolmeu Velho, na mesma freguesia e uma intervenção provisória na Rua Passos Manuel, para a qual está a ser estudada a duplicação dos sentidos de circulação. Segundo Rui Moreira, o objectivo passa por abrir um novo acesso para leste durante as obras do Mercado do Bolhão, que vão inteferir com a circulação nas artérias envolventes, e que agora estão a sofrer um outro constrangimento, dada a incerteza que paira sobre a capacidade de cumprimento do contrato por parte da empresa que está a executar as obras. 

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