Rua de Leça da Palmeira sem passeios obriga peões a circular na estrada

A rua, ocupada por camiões que se abastecem na Refinaria de Matosinhos, próxima do local, dificulta ainda mais a circulação dos transeuntes, comprometendo a segurança dos mesmos. A autarquia diz que a resolução do problema é dificultada por se tratar de terrenos privados.

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PS/Leça

Quem caminha pela Rua D. Marco da Cruz, em Leça da Palmeira, vindo da Belchior Robles, tem uma tarefa complicada. Os primeiros 150 metros da rua, ocupada por camiões estacionados na berma, têm que ser feitos pela estrada. Não há passeios ou qualquer protecção para os peões, o que para os moradores  põe em risco a segurança de quem por lá passa. O PS de Matosinhos diz já ter chamado à atenção para o problema, em várias Assembleias da União de Freguesias de Matosinhos – Leça da Palmeira, sem qualquer sucesso. A autarquia reconhece que existe um problema, cuja resolução é dificultada pelo facto de os terrenos da área adjacente à faixa de rodagem, onde os passeios podem ser construídos, pertencerem a privados.

Até uma das entradas da Refinaria de Matosinhos, localizada na rua em questão, a berma da estrada está permanente ocupada por camiões que lá se abastecem. A rua de dois sentidos, sem marcações, torna-se estreita para que dois carros se possam cruzar em simultâneo. Do lado direito da D. Marco da Cruz, em direcção à entrada da refinaria, há um caminho estreito que poderia ser usado pelos peões se não estivesse coberto pela vegetação que cobre a passagem. Para os moradores dos prédios que lá existem a única opção é circular pela mesma via onde passa o tráfego intenso de automóveis. 

Álvaro Faria, que quando foi abordado pelo PÚBLICO contornava pela estrada um camião estacionado, queixa-se da falta de condições para que os peões possam circular em segurança. “Sempre que por aqui passo tenho que estar preocupado com os carros que circulam, muitas vezes a alta velocidade”, afirma. Parte da rua, que diz ter sido requalificada há cerca de 3 anos, ficou esquecida. Ao contrário do que acontece no resto da rua, onde os passeios foram construídos, aquele troço “ficou entregue ao abandono”.

A viver há 43 anos na mesma rua, Joaquim Silva diz já ter desistido da ideia da construção dos passeios. “Já ficava satisfeito se limpassem a vegetação”, afirma, sublinhando não encontrar justificação para que só existam passeios depois da entrada da refinaria, tendo em conta que “há também quem more nos primeiros 150 metros da rua”.  Um pouco mais acima da casa onde vive está a única parte onde a vegetação foi cortada, obra de um vizinho que o fez “por iniciativa própria”. Caso contrário, como em todo o caminho até ali “com sorte dava para circular no lancil”, ironiza.

Contactado pelo PÚBLICO, o presidente da concelhia do PS de Matosinhos, Ernesto Páscoa, adiantou que, após várias chamadas de atenção por parte dos socialistas “em sucessivas Assembleias da União de Freguesias de Matosinhos – Leça da Palmeira”, vai levar o tópico a discussão, na próxima terça-feira, em reunião do executivo, na Câmara de Matosinhos, onde é vereador. O candidato escolhido pela concelhia socialista para as próximas eleições autárquicas, que não conta com o apoio da distrital do partido, diz que esta questão será apresentada por entender ser uma obra que “carece de prioridade de execução”.    

O vereador da Conservação do Espaço Público matosinhense, Correia Pinto, reconhece existir a necessidade da construção dos passeios. No entanto, sublinha que para que possam ser construídos terá que haver um acordo com os donos dos terrenos, já que a área adjacente à faixa de rodagem pertence a privados. Contudo, afirma que, apesar de se tratar de terrenos privados, “a câmara tem vindo a proceder regularmente à limpeza das bermas”, ao contrário do que pode ser constatado no local, tendo em conta a dimensão da área de vegetação e da falta de limpeza das mesmas. Correia Pinto adianta que “a solução definitiva” poderá passar “pelo levantamento da titularidade dos terrenos”  e “pelo estabelecimento de parcerias com as indústrias que ali existem”. É possível ainda que a autarquia “tenha de adquirir ali algumas parcelas de terreno”.    

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