Redução de horário "vai melhorar serviço" de unidade de saúde em Ovar

Direcção da USF Alpha responde às críticas da União de freguesias de Ovar e do PSD, que se queixaram da redução do horário do extensão de S. Vicente Pereira

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Direcção do centro de saúde garante que novo horário permite maior acessibilidade dos utentes Paulo Pimenta

A unidade de saúde de S. Vicente Pereira, em Ovar, adopta a partir de quinta-feira um horário mais reduzido devido ao regime das 35 horas semanais, o que a direcção da estrutura atribui à intenção de "melhorar a qualidade" do serviço.

Em causa está, não um centro de saúde, como chegou a ser referido por autarcas locais, mas uma extensão da Unidade de Saúde Familiar (USF) Alpha, que, sediada na freguesia vizinha de Válega, destaca a sua própria equipa de profissionais para o atendimento em S. Vicente.
Em comunicado, o coordenador da USF Alpha, Alcino Sousa Santos, explicou que, "tendo em conta a mudança para 35 horas [laborais] semanais dos enfermeiros e secretários clínicos", foi entendido que "seria este o momento indicado para fazer mudanças (...) urgentes para melhorar a qualidade em saúde".

No início desta semana, a Junta da União de Freguesias de Ovar repudiou as alterações introduzidas no referido pólo da USF Alpha, defendendo que essas causariam "graves prejuízos aos seus utentes e a toda a população de S. Vicente Pereira". Também a Concelhia local do PSD apontava a medida como "mais uma decisão irresponsável no sector da Saúde".

Em sentido contrário, Alcinoi Sousa acrescentou que as mudanças operadas em S. Vicente visam dois objectivos concretos: "Responder aos horários de 35 horas e à necessidade de mudar formas de trabalho para dar cumprimento aos critérios de qualidade assistencial para podermos ser a Unidade Saúde Familiar modelo B que somos e, também porque, muito em breve, iniciaremos o processo de candidatura à Acreditação pelo Instituto da Qualidade em Saúde"

O novo horário do pólo de S. Vicente entra em vigor esta quinta-feira, dia 1 de Setembro, mas, questionada pela Lusa, a USF Alpha ainda não indicou qual será. No site oficial dessa entidade, o único horário disponível esta manhã também só era anterior a 19 de Fevereiro. Quanto à equipa de profissionais disponível para assegurar o trabalho nas duas localidades, fonte oficial da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro informou que a equipa disponível para S. Vicente Pereira se manterá a mesma, com seis médicos, seis enfermeiros e cinco administrativos.

Alcino Sousa Santos, no seu comunicado, referiu que "os médicos que dão consultas no pólo também têm que dar consultas na sede" e "não reduziram o horário assistencial - o local onde dão as suas consultas é que se alterou". Os utentes de S. Vicente terão, assim, "a sua assistência em termos de serviços mínimos garantida", mesmo que possam ter que procurar atendimento na sede de Válega, que se manterá operacional das 8h às 20h de segunda a sexta-feira.

"Já neste momento muitos utentes moradores em S. Vicente optam por ter consulta ou tratamento na sede em Válega, sem que isso alguma vez tivesse sido motivo de desagrado ou complicações", observa o coordenador geral da USF.

Para a ARS Centro, por sua vez, independentemente do horário de funcionamento que venha a ser adotado no pólo de S. Vicente, "qualquer remodelação ou reestruturação tem como objectivo primeiro garantir uma melhor acessibilidade dos seus utentes aos cuidados de saúde, tendo sempre presente os conceitos de proximidade, disponibilidade e qualidade dos serviços".

A anunciada candidatura da USF Alpha à acreditação internacional resultará, também, do facto de que essa "tem dos melhores índices de desempenho a nível da região Centro". Nesse território, só sete das 60 USF tuteladas pela ARS estão acreditadas e, obtendo a de Válega idêntico reconhecimento, será a primeira a consegui-lo entre as 19 do Baixo Vouga.

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