O ano começou sem obras na ilha da Bela Vista

Adiamento está relacionado com o atraso no licenciamento dos projectos de novas estruturas de água e electricidade.

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Fernando Veludo/nfactos

Apesar das promessas e expectativas criadas ao longo de 2014, os habitantes da Ilha da Bela Vista ainda entraram no novo ano sem que as obras de reabilitação prometidas começassem. A Câmara do Porto assume o atraso e aponta agora Abril como a data mais provável para o arranque dos trabalhos.

Quando o PÚBLICO revelou o projecto que estava a ser preparado para a ilha municipal, em Fevereiro de 2014, o vereador da Habitação, Manuel Pizarro, não tinha dúvidas e afirmava que a obra iria “arrancar, de certeza, este ano”. Em Julho, quando o socialista e o presidente da câmara, Rui Moreira, foram à ilha apresentar o projecto de reabilitação ainda se apostava em arrancar com as obras “no último trimestre do ano”, como disse, então, Pizarro.

As previsões acabaram, no entanto, por não se concretizar. Ao PÚBLICO, fonte da assessoria de imprensa da autarquia assume que “a obra está atrasada em relação ao calendário previsto”, e explica porquê: “Houve atrasos com os licenciamentos relacionados com as questões de água e electricidade”. A mesma fonte indica que, ultrapassadas essas questões, “o concurso estará em condições de ser lançado nos próximos dias, o que deve permitir que a obra arranque até Abril”.

Aquando da apresentação do projecto, Manuel Pizarro afirmou que renovar a Bela Vista representa um investimento na ordem dos “800 mil euros”. Coordenado pelo gabinete Cerejeira Fontes Arquitectos, em parceria com o Lahb Social – Laboratório de Habitação Básica e Social, o projecto prevê que as 42 habitações do núcleo habitacional construído no final do século XIX sejam transformadas em apenas 30.

Algumas casas vão desaparecer, para permitir um melhor atravessamento da ilha onde hoje se acede apenas por uma entrada, mas que no futuro deverá ter três pontos de acesso. A luminosidade e a circulação de ar serão melhoradas com a instalação de clarabóias e aberturas nos telhados. O projecto prevê ainda a criação de hortas e um novo edifício onde ficarão instalados o Lahb Social, uma lavandaria comunitária, a sede da associação de moradores e um centro de convívio.

Das 42 casas da Bela Vista, apenas 13 estavam ocupadas em Julho. As obras deverão ser feitas de forma faseada. As habitações vagas e reabilitadas deverão ser colocadas no mercado de habitação social da autarquia e esta já garantiu que seleccionará com especial cuidado os novos moradores, para que o processo de integração social, num espaço maioritariamente ocupado por idosos, com fortes laços entre eles, seja facilitado.

Segundo Manuel Pizarro informou, em Julho, os trabalhos serão demorados e feitos de forma faseada. “As obras serão feitas em duas fases, porque os moradores não vão sair daqui, vão ser deslocados de umas casas para outras. Por isso, é previsível que os trabalhos durem mais do que um ano e meio”, disse.

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