O Algarve que rejeita os “patos-bravos” está exposto em Faro

A mostra, de Fernando Grade, pode ser visitada até ao próximo dia 22 de Maio em dois espaços culturais da zona histórica – museu municipal e galeria Arco.

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Fernando Grade é um defensor do ambiente e do património cultural do Algarve Rui Gaudêncio
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Fernando Grade, uma das vozes mais críticas que se ergueu no Verão passado contra a artificialização da praia Dona Ana, em Lagos, mostra o seu lado poético, na pintura, em Faro. A mostra está patente até ao dia 22 no Museu Municipal de Faro e na galeria Arco. Neste sábado, o artista plástico faz uma visita guiada à exposição – 24 quadros que mostram os seus “trajectos” (título da mostra) nos últimos 16 anos como pintor.

“A ditadura do betão é a monarquia absoluta do nosso tempo”. A frase, retirada do livro O Algarve tal como o destruímos, de que é autor, adquire, no contexto desta exposição, um significado especial. A mostra, que inclui 16 quadros de particulares, serve de pretexto para denunciar o “turismo de aviário” que, no seu entender, transfigurou a região.

“As pessoas são sensíveis à problemática do ambiente”, sublinha. Da luta contra o assoreamento da praia Dona Ana até às intervenções municipais no espaço público, Fernando Grade tem estado em todas as manifestações contra o que entende serem atentados contra o ambiente. O combate contra a exploração de petróleo no Algarve, em terra e mar, é, de momento, a sua principal causa.

Na tela, a pedra é um dos elementos que mais sobressai na sua pintura a óleo, a par da imagem da mulher. No espaço público, é um atento observador de tudo o que se passa à sua volta. “As incursões dos ‘pato-bravo’  deixaram marcas e fizeram escola nesta região – estenderam a asa por todo o litoral”, denuncia. O que o levou a saltar da pintura para a escrita “foi a necessidade de intervir de forma directa - um exercício de cidadania em defesa do património e do ambiente”, diz.

Em 2009, por exemplo, promoveu um abaixo-assinado contra as obras na catedral da Sé de Faro por considerar que estavam a ser adulterados os valores patrimoniais. “Conseguimos embargar a obra quando a própria direcção regional da cultura pretendia higienizar o monumento, substituindo a cal pela tinta plástica”.

Fernando Grade – licenciado em biologia e formado na Ar.Co - entende que a pintura é um “catalisador do mundo, que desperta sentimentos e emoções”. No seu caso, diz, é também uma forma de comunicar e intervir na defesa do ambiente e do património cultural.

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