Neste fim-de-semana há cinco procissões em Lisboa

Previsto condicionamento do trânsito nas zonas da cidade por onde passarão as manifestações de fé.

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A procissão de Nossa Senhora da Saúde termina na igreja com o mesmo nome na Mouraria PÚBLICO/Arquivo

Cinco procissões realizam-se este fim-de-semana em Lisboa, entre elas a de Nossa Senhora da Saúde, uma das mais antigas da capital, que remonta a 1570, tendo a câmara alertado para os condicionamentos do trânsito.

No sábado, às 21h, realiza-se a procissão das velas de Nossa Senhora da Saúde, presidida pelo reitor do santuário mariano na Mouraria, Vítor Gonçalves. Esta procissão, em que é apenas transportada a imagem mais pequena da Senhora da Saúde, irá percorrer as diversas ruas do bairro lisboeta.

Também no sábado, à mesma hora, decorre a procissão das velas de Nossa Senhora de Fátima, a partir da capela no bairro do Alvito, seguindo pelas ruas da Indústria, Luís de Camões, Lusíadas, Leão de Oliveira, Largo do Calvário, rua de Alcântara, e regressando à capela. A procissão é presidida pelo padre Miguel Pereira.

No domingo, realiza-se à tarde a tradicional procissão de Nossa Senhora da Saúde com a saída de S. Jorge montado num cavalo, do castelo até ao santuário de Nossa Senhora da Saúde na Mouraria. Neste caso, percorre-se, entre outros arruamentos, o largo Martim Moniz, a rua da Palma, a praça da Figueira e o Poço do Borratem.

Esta procissão foi instituída em 1570, ano que Lisboa foi dizimada por um surto de peste, tendo os artilheiros de São Sebastião que ocupavam a então ermida da Mouraria feito um voto a Nossa Senhora para que terminasse a grande peste, o que veio a acontecer pouco tempo depois.
Como agradecimento, instituíram a devoção e a procissão. A imagem usa habitualmente o vestido de casamento da rainha Mariana de Áustria, mulher do rei D. João V. A procissão foi interrompida até 1910 e retomada depois em 1940. Em 1974 voltou a ser interrompida, para se voltar a realizar em 1981.

Também no domingo, às 10h45, realiza-se em Belém, na zona ocidental de Lisboa, a procissão em honra de Nossa Senhora de Fátima, que sai da igreja do Convento de Nossa Senhora do Bom Sucesso, junto ao Centro Cultural de Belém, na rua Bartolomeu Dias, e segue para a igreja do Mosteiro dos Jerónimos.

Ainda no domingo, às 11h, realiza-se nas Mercês a procissão em honra de Nossa Senhora da Escada. O andor de Nossa Senhora é transportado por um pelotão de fuzileiros e, além desta, sai a imagem de São Nuno de Santa Maria, o Santo Condestável. O percurso envolve, entre outras, as ruas das Adelas e da Quintinha, a praça das Flores, as ruas de São Marçal, da Cruz dos Poiais, das Parreiras e o largo de Jesus.

Segundo informação paroquial, trata-se de uma procissão com uma "vasta tradição histórica perdida nos séculos, mas que durante muitos anos esteve interrompida", tendo sido retomada há alguns anos.

A imagem de Nossa Senhora da Escada está envolvida em diferentes lendas. Algumas reportam-na à capela existente junto à igreja de São Domingos, na Baixa, onde chegava um braço do Tejo. Os pescadores e marinheiros subiam a escadaria da capela, após chegarem ou antes de zarparem da capital, para irem rezar à Virgem Maria, existindo a ideia de que São Nuno de Santa Maria muitas vezes ali se dirigiu.

Outras lendas referem a Senhora da Escada como a imagem que se encontrava numa das escadas do convento de Nossa Senhora de Jesus, actual igreja das Mercês, e que terá sido levada para a igreja por pedido do povo.

Em comunicado, a Câmara de Lisboa informou que as alterações à circulação nestas zonas serão devidamente coordenadas no local pela polícia.

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