Lisboa é “uma referência” no acolhimento da diversidade, diz Medina

A 21ª edição do Arraial Lisboa Pride realiza-se a 24 de Junho, entre as 16h00 e as 04h00, no Terreiro do Paço.

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Filipe Arruda

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, afirmou nesta quarta-feira que Lisboa "é uma referência" no âmbito do acolhimento da diversidade, numa altura em que se assiste, no panorama internacional, a um avanço das intolerâncias.

A Câmara Municipal de Lisboa, a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e a associação ILGA (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero) assinaram nesta quarta-feira um protocolo que formaliza a colaboração destas entidades na realização do Arraial Lisboa Pride.

A 21ª edição do Arraial Lisboa Pride realiza-se a 24 de Junho, entre as 16:00 e as 04:00, no Terreiro do Paço, fazendo parte da programação oficial das Festas de Lisboa.

Falando aos presentes durante a cerimónia, o presidente da Câmara apontou que "Lisboa é hoje um espaço de referência" e uma "cidade para todos".

"Este protocolo tem esse sentido, mostrar que a Câmara de Lisboa está profundamente ao lado de todos aqueles que queiram viver em paz e felicidade na cidade de Lisboa, independentemente das suas orientações, das suas origens, das suas convicções", afirmou.

Começando por considerar que "o mundo lá fora" foi "mais avançado durante muito tempo" no quadro dos direitos sociais, Medina observou que, no panorama actual internacional, se assiste a um "retrocesso nesses direitos", dando o exemplo de França e dos Estados Unidos da América.

O autarca falou também num "avanço das forças da intolerância do ponto de vista racial, orientação sexual e religioso".

Por isso, esta parceria tem também um "sentido político claro que queremos transmitir: é que nós temos consciência da batalha que se está a travar lá fora, que se vai travar cá dentro, que se vai travar em todo o lado", disse.

Neste sentido, continuou, é preciso ter "consciência deste combate", que tem de ser feito "sem medo" e com a "mobilização de todos aqueles que acreditam em sociedades abertas, tolerantes e democráticas".

Este é "um sinal muito claro, a partir de Lisboa, que nós levamos a sério, no nosso ADN, sermos uma cidade aberta, tolerante, que acolhe, quer acolher e vive da diversidade, de todas as diversidades, e contarão connosco como uma força política profundamente determinada no combate a todos os tipos de discriminação", salientou o presidente do município de maioria socialista.

Também presente na cerimónia, o presidente da ILGA, Nuno Pinto, advogou que este protocolo é de "extrema importância", uma vez que o arraial tem uma "importância social, comunitária e política enorme".

"Ao fim de 21 anos assinamos este protocolo que marca que o Arraial Lisboa Pride é um evento não apenas da ILGA, mas um evento de toda a cidade e de alguma forma de todo o país, e é um passo fundamental no sentido da igualdade", salientou em declarações à agência Lusa.

"É um evento no qual tornamos a maior praça do país, no centro de Lisboa, durante 12 horas, num espaço livre de homofobia, num espaço livre de transfobia, em que quebramos a invisibilidade que está normalmente associada às pessoas LGBT, em que quebramos o silêncio", acrescentou o presidente da ILGA.

Nuno Pinto explicou também que "era um encargo para a associação ter que todos os anos iniciar procedimentos" e contactos para a realização do evento, que fica assim assegurado até 2019.

"Desta forma, há um compromisso da cidade que o arraial acontece no Terreiro do Paço, o que é extremamente simbólico em termos políticos e, portanto, é um momento para nós de alguma forma histórico", apontou. 

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