Just a Change chega ao Porto para reabilitar casas de quem não tem meios para o fazer

Projecto assente no voluntariado deverá permitir a intervenção em cinco ou seis casas da cidade, contando com um orçamento que poderá rondar os 30 mil euros.

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Nelson Garrido / PUBLICO

Já há verba e está mais ou menos definido o número de intervenções que poderão ser feitas. Com uma verba estimada de 30 mil euros, os membros da associação sem fins lucrativos Just a Change esperam que possam ser intervencionadas “cinco ou seis casas” de pessoas carenciadas. A associação, que desde 2010 já reabilitou 61 casas e 13 instituições de solidariedade, deverá associar-se à Fundação Manuel António da Mota, que mantinha, na cidade, o programa Porto Amigo, em parceria com a Câmara do Porto. A entrada do Just a Change deverá mudar o rosto daquele programa.

Gonçalo Coimbra, do Just a Change, explica que o projecto que já passou por cidades como Lisboa ou Óbidos, “já há algum tempo que tinha vontade de estar presente no Porto”. Um “alinhamento perfeito com outras entidades proporcionou que o pudéssemos fazer agora”, explica. “Sabemos que o Porto é uma cidade que, como qualquer outra, tem necessidade deste tipo de intervenção, mas tem também muitos jovens universitários com vontade de ajudar”, acrescenta Gonçalo Coimbra.

Isto porque o projecto assenta, essencialmente, no trabalho voluntário e, neste momento, está também à procura de jovens que queiram associar-se à reabilitação de casas no Porto, mediante o pagamento simbólico de inscrição de dez euros. Verba que serve para pagar seguros, a t-shirt do projecto e algum equipamento, explica Gonçalo Coimbra. “O trabalho no terreno deve começar já em Março e estamos a recrutar voluntários neste momento”, diz.

O Just a Change procura intervir em casas ou instituições de quem não tem meios para o fazer. No Porto, a câmara tem feito o levantamento de casos que beneficiavam do Porto Amigo e este trabalho deverá ser utilizado pelo novo projecto, mas Gonçalo Coimbra diz que pode ser a própria associação a encontrar, através dos seus contactos, alguma situação mais urgente. “Está a ser montada uma rede de sinalização, centrada na câmara, mas com alguma dinâmica por parte da própria população e da Just a Change. Condição essencial é que a pessoa ou família que vamos ajudar esteja sinalizado por algum serviço de apoio, para que possa existir também um acompanhamento depois da obra. Não queremos fazer uma intervenção pontual, mas enquadrada”, explica.

Enquanto o programa Porto Amigo – resultante de uma parceria da Fundação Manuel António da Mota com a autarquia, durante os mandatos de Rui Rio  – se destinava a idosos isolados e com problemas de mobilidade, os mentores do Just a Change pretendem uma intervenção mais abrangente. “Este projecto integra-se no Porto Amigo no Porto, mas pretende chegar mais longe. O trabalho que vamos desenvolver não se foca num sector específico da sociedade, mas é transversal. Procuramos gerar a maior diferença possível na vida das pessoas, garantindo-lhes qualidade de vida ou, pelo menos, dignidade na habitação. E isto pode ser aplicado a famílias com crianças ou idosos isolados”, diz Gonçalo Coimbra.

O responsável pela associação sem fins lucrativos explica que a Câmara do Porto dará apoio logístico ao projecto, sendo a parte financeira suportada pela fundação. Ao PÚBLICO, fonte da autarquia especifica, contudo, que não tem qualquer protocolo com a associação, admitindo que o apoio que era dado no âmbito da parceria para o Porto Amigo possa continuar, com a entrada deste novo parceiro da fundação. Dos voluntários espera-se um compromisso com a associação de seis meses (findo esse prazo há uma pausa e depois será pedido, a quem quiser continuar, uma nova inscrição) e a disponibilidade para poder colaborar nos trabalhos entre as 9h e as 18h. 

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