Gondomar acredita na viabilidade de nova ligação de metro ao concelho

Estudo encomendado pelo município pode vir a dar lugar a projecto de execução, na expectativa de mais financiamento para a expansão da rede.

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Gondomar é servido pela Linha F, que termina em Fânzeres e não serve a sede do concelho. ADRIANO MIRANDA

O presidente da Câmara de Gondomar acredita na viabilidade da ligação de metro entre o Estádio do Dragão e a sede do concelho, para a qual encomendou um estudo no sentido de corrigir erros do traçado que estava proposto desde 2008. A segunda linha para o concelho não é uma prioridade imediata para a empresa, que tem 280 milhões de euros para investir e vai avançar com duas outras ligações, no Porto e em Gaia, mas Marco Martins espera que ela venha a ser considerada caso o Governo consiga encontrar outras fontes de financiamento.

O estudo que analisou o potencial de procura das várias linhas da chamada segunda fase de expansão da rede - e que esteve na base da decisão que será anunciada pelo Ministro do Ambiente a 7 de Fevereiro - deixou a segunda linha para Gondomar mal classificada no binómio investimento/procura, mesmo depois de corrigidos alguns dados. Perante isto, o próprio presidente da Câmara, o autarca Marco Martins, olhou para o traçado proposto, encontrou possibilidades de alteração que melhorariam o serviço, no Porto e em Gondomar e encomendou à Tremno, empresa de consultoria do especialista em transportes Álvaro Costa, um novo estudo de viabilidade.

O resultado é uma linha que segue para Oriente a partir do Estádio do Dragão, com um novo traçado que permite estações no Cerco e no Lagarteiro (Porto) e que serve na mesma Valbom, o Hospital de Gondomar e a sede do concelho, e que nas contas entregues ao município custa 110 milhões de euros, em vez dos 202 milhões da linha anteriormente prevista. Garantindo, segundo a equipa técnica, uma expectativa de aumento de 55% na procura, face à proposta mais antiga.

Marco Martins mostrou o trabalho feito ao ministro do Ambiente e ao município do Porto, e, perante as reacções “muito positivas”, admite que o esboço possa dar lugar a um projecto de execução, deixando esta linha em lista de espera caso surjam novos financiamentos para expansão da rede. Tal como o PÚBLICO explicava nesta terça-feira, a Metro não deve esgotar nas ligações entre Santo Ovídeo e Vila D’este e entre São Bento e a Casa da Música os 280 milhões de euros disponibilizados pelo Plano Juncker. Admitindo que, com um preço de adjudicação inferior ao valor base dos concursos, as verbas sobrantes deste pacote chegassem aos 30 milhões de euros, a autarquia acredita que com mais 50 a 60 milhões de euros seria possível executar o investimento que propõe.

Imposto o travão a investimentos baseados em empréstimos bancários, que deixaram a Metro com um passivo de três mil milhões de euros, as decisões sobre a expansão deste sistema, como as que agora vão ser anunciadas pelo Governo, estão limitadas pelas disponibilidades financeiras do momento. Um factor que excluiu nesta fase, logo à partida, o avanço de uma segunda linha para Gaia, pelas Devesas, muito bem cotada em termos de procura mas encarecida pela necessidade de construção de uma nova ponte sobre o Douro.  E a expectativa de Gondomar é que, no binómio custo/benefício, o seu novo projecto passa a ser encarado de outra forma.

A duas semanas do anúncio, pelo Governo dos novos investimentos no metro, o accionista minoritário da empresa, a Área Metropolitana do Porto, não tomou uma posição sobre o tema. O presidente da Câmara de Gondomar - e responsável, no conselho metropolitano, pela área dos transportes - pediu que o assunto fosse agendado para esta sexta-feira, mas este não consta da agenda divulgada esta quarta-feira porque não chegou a tempo da reunião preparatória, explicou o presidente interino, o autarca Joaquim Couto, de Santo Tirso.

A reunião mensal do Conselho Metropolitano inclui três outros temas importantes: a proposta de lei-quadro de transferência de competências para as autarquias locais e para as entidades municipais; as alterações à lei orgânica das Comissões de Coordenação Regional e a eleição do presidente do próprio conselho, na sequência da renúncia de Hermínio Loureiro à Câmara de Oliveira de Azeméis e, consequentemente, à liderança da AMP.  O cargo passará a ser ocupado pelo autarca da Feira, Emídio Sousa.  

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