Moradores vão ter 3000 novos lugares para estacionar em Lisboa. Veja onde

A maior parcela do programa anunciado por Medina é a dos parques dissuasores. "Temos que reduzir o número de carros que entram em Lisboa", justifica o vereador Manuel Salgado.

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Nuno Ferreira Santos

Dos sete mil lugares de estacionamento que o presidente da Câmara de Lisboa fez recentemente saber que vão ser criados na cidade até meados do próximo ano, há perto de três mil que se destinam a residentes. Desses, metade deverá estar disponível ainda este ano, beneficiando os moradores de dez das 24 freguesias da capital. 

Como Fernando Medina explicou há uma semana, parte da nova oferta agora anunciada destina-se a residentes da capital, que poderão usufruir de estacionamento a troco de “avenças reduzidas”. A outra parte dirige-se a “frequentadores do transporte público”, que poderão deixar os seus carros em “parques próximos de estações de metro ou de grandes vias de transporte” através da compra de bilhetes com um preço “reduzido, simbólico”.

“Ter um automóvel é um direito e andar de automóvel é um direito. Mas se eu quero convidar as pessoas a andarem de transporte público ou em modos suaves tenho que lhes garantir que têm um sítio onde podem deixar o carro 24 horas por dia. E que não são obrigados a tirá-lo para não apanharem uma multa”, explica ao PÚBLICO o vereador do Planeamento e do Urbanismo. É assim que Manuel Salgado justifica a necessidade de se avançar com a criação de parques de estacionamento para residentes.

O autarca sublinha que eles “são dispersos pela cidade toda”, sendo fundamentalmente desenvolvidos, de forma temporária, em terrenos que actualmente não têm utilização. Quanto a preços, Manuel Salgado diz que a ideia é “ter avenças baratas”, acrescentando que à partida a intenção é adoptar o valor que é hoje cobrado nos parques que abriram já este ano na Graça: 30 euros por mês.

Quanto aos parques dissuasores, o vereador do Planeamento e do Urbanismo destaca que “em cada três carros que estão a circular em Lisboa, dois vêm de fora”. “Já tivemos, antes da crise, 400 mil veículos que entravam em Lisboa. Depois baixou para 360 mil e agora subiu e já está perto outra vez dos 400 mil”, nota, sublinhando que é preciso “reduzir” esse número.

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“Nós temos que reduzir o número de carros que entram em Lisboa e para isso estamos a fazer uma grande oferta de estacionamento a preços muito baixos”, justifica, explicando que esses preços serão “articulados com o bilhete do transporte público”. Questionado sobre quando terão os interessados de pagar por mês para deixar os seus carros nos novos parques, Manuel Salgado diz que esse valor “ainda não está fixado”, mas observa que ele que será “provavelmente mensal e ligado ao passe dos transportes”.

De acordo com os dados fornecidos ao PÚBLICO pela Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, o programa que Fernando Medina prometeu concretizar até ao terceiro trimestre de 2017 contempla a criação de 7101 novos lugares de estacionamento na cidade. Desses, 4015 serão em parques dissuasores e 3051 destinar-se-ão a residentes e, num pequeno número de situações, também a comerciantes.

Em relação aos parques dissuasores, os primeiros a abrir com esta valência, ainda em 2016, serão o do Estádio Alvalade XXI (200 lugares) e o do Pingo Doce da Bela Vista (370). Até Março de 2017, prevê-se a entrada em funcionamento de três outros: Estádio da Luz (800), Ameixoeira (530) e “Pontinha - Feira Popular 1” (400). Já no segundo trimestre de 2017 deverá concretizar-se a disponibilização de lugares na Rua Manuel Gouveia (300), no parque 2 da “Pontinha - Feira Popular” (1300) e em Pedrouços (150).   

Quando este plano de expansão de parques de estacionamento estiver concluído, ele terá beneficiado directamente 15 freguesias de Lisboa. Não está prevista a disponibilização de novas estruturas nas freguesias de Parque das Nações, Olivais, Beato, Arroios, Avenidas Novas, Misericórdia, Estrela, Ajuda ou Carnide. 

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