Câmara de Aveiro investe na protecção do Forno Romano de Eixo

Esta terça-feira, numa visita incluída no dia Internacional dos Monumentos e Sítios, é a ultima oportunidade para ver o forno antes de começarem as obras de restauro.

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Câmara e Junta de Freguesia têm custeado pequenas intervenções no forno PAULO RICCA

A Câmara de Aveiro anunciou nesta segunda-feira a conclusão da primeira fase do investimento no Forno Romano de Eixo, com a substituição da cobertura de protecção à estrutura cerâmica do forno.

De acordo com uma nota informativa municipal, “nos próximos dias terão início as obras de conservação e restauro, a cargo de uma empresa especializada” nesta área.

O Forno Romano de Eixo pode ser observado antes dessa intervenção, durante uma visita guiada pelo arqueólogo Luís Pereira e pelo conservador Marco Bento, organizada terça-feira pela autarquia para assinalar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios.

O Forno Romano de Eixo foi casualmente “descoberto” em 1985, na zona da antiga lixeira de Ribas, na freguesia de Eixo, concelho de Aveiro, sendo identificado como um “marco importantíssimo da época final da presença romana na região, entre os séculos III e V.

Segundo o historiador monsenhor João Gaspar, o forno “situava-se nessa altura à beira de uma linha de água, precisamente na margem sul do estuário oceânico que se alongava até ao Marnel. Tal circunstância proporcionaria tanto a captação da água necessária para preparar a produção dos materiais, como o escoamento dos produtos fabricados em transporte marítimo ou fluvial”.

“Logo após a descoberta, realizaram-se cuidadosas escavações, recolheram-se vários elementos cerâmicos e fizeram-se diversos exames e estudos, sob a responsabilidade de uma equipa do Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com o patrocínio do Instituto Português do Património Cultural, dos Serviços de Cultura do Município de Aveiro e da Junta de Freguesia local. No forno e à sua volta, encontraram-se fragmentos de tégula e imbrex (cana e capa da telha) – peças estas que se utilizavam na cobertura das casas”, descreve aquele historiador.

Desde então, Câmara e Junta de Freguesia têm custeado pequenas intervenções naquele local e foram feitos apelos ao mecenato para ajudar a preservar o Forno.

A Câmara de Aveiro chegou a elaborar um projecto para requalificar a zona e valorizar aquele achado do período da romanização, mas acabou por ser abandonado devido às dificuldades financeiras.

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