Alunos admitem protesto contra mudanças da UP
A ideia é realizar uma manifestação em silêncio contra a reorganização dos cursos de Ciências da Comunicação
Os alunos que frequentam o curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto alertam para as consequências que as mudanças que estão previstas no âmbito da reorganização administrativa que a UP está a fazer possam vir a ter a nível da qualidade da licenciatura. E não aceitam que o processo seja considerado “irreversível”.
“Nunca há decisões irreversíveis e mesmo que a decisão possa parecer irreversível, a Universidade não explorou outras opções e devia tê-lo feito no sentido do interesse dos alunos”, declarou nesta sexta-feira ao PÚBLICO André Ferrão, um dos estudantes que integra a Comissão de Acompanhamento (CA) do curso de Ciências da Comunicação.
Sem conhecimento prévio dos professores e dos alunos, a UP fez uma reorganização administrativa dos cursos do 1º ciclo (licenciatura) e 2º ciclo (mestrado) em Ciências da Comunicação, centrando-os na Faculdade de Letras. Assim, a partir do próximo ano lectivo, as aulas teóricas passam para o edifício-sede de Letras, mas as práticas mantêm-se no Pólo da Praça Coronel Pacheco, na Baixa.
A decisão de separar a parte prática da teórica mereceu críticas, quer do lado dos docentes, quer dos alunos. Num documento, o Conselho de Departamento de Ciências da Comunicação e da Informação diz que não foi consultado e lamenta que a decisão tenha sido comunicada “na penúltima semana de aulas”.
Os estudantes também têm reparos a fazer e questionam por que razão não foram ouvidos quando têm dois representantes na CA do curso.
Enquanto se dirimem argumentos, os protestos sobem de tom e há movimentações com vista à convocação de uma manifestação, que, a concretizar-se, será feita em silêncio entre o Pólo da Praça Coronel Pacheco e a Reitoria da UP.
“O nosso objectivo é que as pessoas entendam que esta decisão vai ter consequências; vai fazer com que a qualidade do curso, que é uma das suas marcas, se perca e isso preocupa-nos muito”, adverte Filipe Lopes, estudante do segundo ano que tem assento na CA.