Água no combustível em bomba da BP avariou 30 automóveis

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O custo com reparações devido a gasóleo adulterado pode ser elevado Foto: Fernando Veludo/nFactos

Empresa assume o problema na A11, que subsistiu alguns dias, e terá já contactado os lesados para pagamento, por uma seguradora, dos prejuízos.

Um problema técnico na estação de serviço de Barcelos Sul, na Auto-estrada 11, terá provocado avarias nos automóveis de cerca de 30 pessoas. Os clientes queixam-se da presença de grandes quantidades de água no combustível, que resultaram em prejuízos avultados. A empresa que explora o posto de abastecimento garante que já resolveu a situação e activou um seguro que cobre os danos.

Os problemas no posto de abastecimento da BP foram sentidos entre os últimos dias de Outubro e o início de Novembro, altura em que pelo menos 27 automóveis foram afectados pela existência de grandes quantidades de água no combustível. Os lesados estão a organizar-se para obrigar a empresa que explora a área de serviço a responsabilizar-se pelos danos.

Um dos afectados, Paulo Abreu, saía de Barcelos para uma reunião de trabalho a 3 de Novembro e parou na estação de serviço para encher o depósito do carro. O abastecimento de 50 euros de combustível decorreu normalmente, mas, dois quilómetros depois da área de serviço, a viatura desligou-se.

"Pensei que fosse um problema menor e voltei a tentar ligar o carro. Como não consegui, tive que chamar o reboque", conta. Enquanto esperava pela assistência, apercebeu-se que, atrás de si, mais dois carros estavam parados na auto-estrada, vindo a saber posteriormente que tinham o mesmo problema. "No dia seguinte fui à oficina de reparação e vi os bidões com o combustível retirado do carro. Foi feito um teste que comprovou a presença de grandes quantidades de água, cerca de 30 por cento", assegura o condutor.

Falta de resposta

A Rodáreas, empresa que gere a estação de serviço, confirma o sucedido mas não tem uma explicação. "A causa do problema está a ser averiguada", avança Eduardo Almeida. A firma garante, no entanto, que o problema "já não subsiste" e que o mesmo se ficou a dever a um problema encontrado em equipamentos "fornecidos e instalados por mais do que uma entidade" externa. "A empresa tem conhecimento da situação e, por isso, participou-a à sua seguradora", que assegurará os custos das reparações. "Todos os automobilistas afectados já foram contactados", afirma o responsável da Rodáreas.

No caso de Paulo Abreu, o conserto do carro foi de 1400 euros, mas os prejuízos são maiores noutros casos, como Nuno Pereira, que teve que pagar 2100 euros pela reparação da viatura com que tinha abastecido na BP de Barcelos. "Já escrevi à empresa e à ASAE e ainda não recebi qualquer resposta", lamenta.

Os danos pela presença de água no combustível podem chegar aos 4500 euros, montante que Lino Pinheiro gastou para reparar o seu carro, avariado em 26 de Outubro. "Estou desde essa altura à espera que me paguem o valor da reparação", afirma. Também participou à ASAE, mas está farto de esperar por uma resposta e, por isso, pondera levar o caso a tribunal, para assegurar que a seguradora e a Rodáreas se responsabilizam pelo sucedido.

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