O Governo Regional dos Açores estendeu nesta quinta-feira a proibição da caça ao Pico, passando esta interdição a abranger oito das nove ilhas açorianas, todas onde existem coelhos-bravos, que estão a ser afectados por uma doença.
Em causa está a Doença Hemorrágica Viral (DHV) dos coelhos, que desde Dezembro matou milhares de animais em todas as ilhas dos Açores, excepto no Corvo, onde não existem coelhos-bravos.
Além de proibir a caça, o executivo açoriano interditou, também, a libertação de cães de caça em "qualquer tipo de terrenos onde exista ou ocorra fauna cinegética" e adoptou, em todos os casos, "medidas preventivas" que, segundo as últimas informações oficiais, "têm revelado resultados positivos".
"Têm sido promovidas acções destinadas a informar a população e os caçadores sobre como actuar, apelando-se a que os serviços florestais locais sejam imediatamente avisados de animais encontrados mortos para procederem à sua recolha e registo", explicou o Governo Regional, no último comunicado que emitiu sobre esta matéria.
Segundo o executivo, outras dessas medidas passam pelo "controle e realização diária de vistorias", "recolha e eliminação dos cadáveres" e pela colocação de editais informativos em locais públicos, como portos e aeroportos, proibindo o trânsito de coelhos e seus derivados.
Na Graciosa, a primeira ilha onde foi detectado o problema, não são encontrados coelhos mortos desde o final de Dezembro, disse o Governo dos Açores, no mesmo comunicado, emitido a 19 de Fevereiro. Até essa data, tinham sido encontrados 144 coelhos mortos em Santa Maria, sete no Faial, 1371 na Terceira, 1620 em São Jorge, 6860 nas Flores e 196 em São Miguel. Não eram encontrados coelhos mortos na Terceira e nas Flores desde o dia 11 de Fevereiro e em São Jorge desde 2 de do mesmo mês, segundo a nota.
O Governo Regional tem sublinhado que a doença é muito contagiosa entre os coelhos, mas não se transmite aos seres humanos ou a outras espécies animais. No entanto, a carne dos animais infectados não deve ser consumida.
