FNE concorda com introdução de provas no 4.º ano

Foto
Governo deciciu introduzir exames no 4.º ano Nelson Garrido

O secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), João Dias da Silva, considera positiva a introdução de provas finais aos alunos do 4.º ano – anunciada segunda-feira pelo ministro Nuno Crato –, salientando, contudo, que interessa saber mais pormenores.

Dias da Silva disse à agência Lusa que é preciso conhecer as condições de operacionalização dos exames. “Falta também conhecer o seu enquadramento e ver qual o seu impacto em relação ao trabalho desenvolvido pelos alunos, professores e as suas famílias nos anos antecedentes”, afirmou.

No entender do secretário-geral da FNE, a revisão da estrutura curricular apresentada segunda-feira possui algumas alterações positivas relativamente à primeira versão, que tinha sido apresentada em Dezembro.

“Contudo, a FNE mantém as críticas que tinha feito à primeira versão, nomeadamente no que diz respeito ao fato de não haver suficiente sustentabilidade para as opções determinadas e para o facto desta revisão curricular ser feita fora do contexto de uma revisão dos conteúdos programáticos. Há necessidade de reduzir a carga dos conteúdos de várias disciplinas”, salientou.

O secretário-geral da FNE criticou ainda o facto de a disciplina de Educação Cívica ter perdido a sua autonomia em relação ao currículo anterior, mas considerou positivo que se tenha mantido a segunda disciplina de opção da formação específica do 12.º ano.

Sobre o anúncio relativo à autonomia que as escolas terão para decidir a duração da cada aula, João Dias da Silva congratulou-se com o facto de os estabelecimentos escolares virem a ter capacidade para decidir a duração dos seus tempos letivos.

“Falta, contudo, conhecer a implicação desta autonomia nos horários dos professores naquilo que é a componente letiva e a não letiva”, afirmou.

Já o presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap) lamentou que a revisão curricular não determine a obrigatoriedade de frequência de estudo acompanhado para os alunos com dificuldades.

Em declarações à Lusa, o presidente da Confap, Albino Almeida, criticou o facto de o documento ter chegado aos parceiros através da comunicação social e lamentou que o Ministério da Educação e Ciência não tenha decretado frequência obrigatória da oferta de Apoio Diário ao Estudo.

“A Confap, à semelhança de pensadores da educação com provas dadas neste país, chama a atenção para uma frase que assume como sua: ‘não é por se medir muitas vezes a febre a um doente que ela baixa mas através de uma terapêutica adequada’. Por isso lamenta que as medidas de deteção precoce de dificuldades não sejam obrigatórias”, disse Albino Almeida.

Sugerir correcção
Comentar