Lopetegui "insistiu num processo que não foi assimilado pela equipa"

Pinto da Costa admite que não gostava da forma de jogar do FC Porto.

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Fernando Veludo/NFactos

Justificando o timing para a entrevista que concedeu nesta quinta-feira ao Porto Canal com a mudança de ciclo no futebol, Jorge Nuno Pinto da Costa detalhou o momento em que decidiu abdicar dos serviços de Julen Lopetegui: “Depois do jogo com o Rio Ave, entendi, pela reacção do técnico e pelo comportamento exemplar das claques, que não podíamos esperar mais e tomámos medidas para causar o mínimo impasse no dia-a-dia do clube”.

Se, por um lado, o presidente do FC Porto assume total responsabilidade pela escolha do treinador espanhol — assim como pela escolha de todos os outros —, por outro deixa algumas críticas implícitas a Lopetegui. “Tinha boas informações dele, de pessoas credíveis no futebol espanhol. Não foi uma aposta ganha, porque não ganhou nada. Não se integrou no futebol português, daí o facto de ter trazido tantos jogadores de fora que não conheciam o futebol português”, começou por analisar.

E o que falhou em concreto na gestão do antigo seleccionador das camadas jovens espanholas? “Não quis compreender que as coisas não eram como tinha pensado e quis insistir num processo que não foi assimilado pela equipa”, acrescentou o dirigente dos "dragões", sustentando que a ruptura, no seu entender, aconteceu no momento certo. “Um mês antes de ir embora estava em primeiro no campeonato”.

A outra pergunta objectiva, o líder máximo dos “azuis e brancos” respondeu também de forma objectiva: “Não, não gostava do jogo da equipa, mas não me compete influenciar o treinador. Quando senti que a equipa não rendia e não estava enquadrada naquele estilo... O treinador, quando terminou o jogo com o Rio Ave, quando entrei no balneário disse-me: ‘Presidente, comigo não há problema, resolvemos o problema em dois segundos’. Foi esse o momento em que me convenci de que não havia alternativa”.

A verdade é que, apesar da saída de Julen Lopetegui, o processo ainda não está encerrado. Pinto da Costa explica porquê: “Afinal, não se resolveu em dois segundos. Recebi-o depois em minha casa e ele disse: ‘Isso resolvem com o meu advogado’. Entrámos em contacto com o advogado dele e passados estes dias não temos ainda condições para chegar a acordo”.
 

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