Jardim quer conduzir o Mónaco ao palco dos sonhos da Champions

Treinador português acredita que a sua equipa pode marcar à Juventus, em Turim, como já o fez nos terrenos do Tottenham, Manchester City e Borussia Dortmund

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Leonardo Jardim é o primeiro treinador não francês a levar o Mónaco a uma meia-final da Champions LUSA/SEBASTIEN NOGIER

Pela quarta vez na sua história o Mónaco vai discutir uma passagem à final da Liga dos Campeões. Pela primeira vez chega a este patamar com um treinador não francês. Leonardo Jardim, português, nascido na Venezuela, é o obreiro desta nova versão europeia dos monegascos, que tem deslumbrado pelo futebol praticado, pela ambição e pelos golos. Pela frente terá uma velha raposa da competição, que já afastou a sua equipa desta fase da prova, na temporada de 1997-98. Uma Juventus que vulgarizou o Barcelona, na anterior eliminatória e aposta forte no regresso ao trono da UEFA, que ocupou pela última vez há 21 anos.

Arsène Wenger (1993-94), Jean Tigana (1997-98) e Didier Deschamps (2003-04) eternizaram-se na galeria de treinadores míticos do Mónaco pelas carreiras que protagonizaram na Liga dos Campeões. Todos alcançaram uma meia-final na competição milionária, mas apenas o último teve o mérito de disputar uma final. Não foi feliz, pois enfrentou o super-FC Porto de José Mourinho, que cilindrou o conjunto do principado por esclarecedores 3-0. Passaram 13 anos e a equipa voltou à ribalta do futebol europeu e francês. Bem posicionada para conquistar o seu oitavo título nacional, o primeiro deste século, deslumbra também nos palcos internacionais.

Sem qualquer rival à altura em Itália, a Juventus passeia pacatamente em direcção ao seu sexto título consecutivo caseiro, que será o 33.º do seu historial. Esta completa hegemonia na Serie A tem procurado correspondência europeia. Com duas Ligas dos Campeões no currículo (1984-85 e 1995-96), “La Vecchia Signora” disputou a última final desta competição há duas temporadas (2014-15), quando foi batida pelo Barcelona, por 3-1, depois de ter deixado na meia-final o Real Madrid. No total, esteve por oito vezes na derradeira partida, sendo o 10.º clube com mais presenças em finais da Champions.

Nas duas únicas vezes em que estesconjuntos se enfrentaram na UEFA, ambos na prova milionária, o triunfo sorriu sempre aos italianos. A estreia, foi na temporada de 1997-98, quando a Juventus acabou com qualquer pretensão do Mónaco, em Turim, com um claro triunfo por 4-1, de nada valendo os 3-2 impostos no Principado. Mais recentemente, na época 2014-15, num novo embate, agora nos quartos-de-final, valeu apenas um golo aos transalpinos, em casa, para seguir em frente na prova, face ao empate a zero na segunda partida.

“A Juventus tem uma cultura vencedora. São bem organizados e com grande poderio físico defensivo. São fortes no ataque e só precisam de duas oportunidades para marcar. São eficazes e também muito bons nas bolas paradas. Colocam jogadores a fazer bloqueios e são muito difíceis de defender”, analisou Leonardo Jardim, esta terça-feira, na antecipação do encontro. Apesar do valor do adversário e da sua solidez defensiva, o técnico português está convicto que poderá marcar nesta primeira partida, em Turim, tal como o fez nos terrenos do Tottenham (dois), Manchester City (três) e do Borussia de Dortmund (três).

Uma veia goleadora dos monegascos fora de portas, que não deixa indiferente Massimiliano Allegri, treinador da Juventus: “O ataque do Mónaco tem estatísticas que falam por si. Falcao é óptimo pelo ar e jogadores como, por exemplo, o Bernardo Silva, está agora muito melhor do que na última vez que nos defrontámos.”

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