Meia hora com as peças no sítio certo chegaram para salvar o FC Porto

Os “dragões” estiveram a perder até aos 68 minutos, mas deram a volta ao resultado na Bélgica com golos de Layún e André Silva

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O jogo, tinha assumido Nuno Espírito Santo, era “decisivo” e o FC Porto ia jogar em Bruges “sem margem de erro”, mas ao contrário do que o treinador tinha previsto na antevisão da 3.ª jornada do Grupo G das Liga dos Campeões, durante mais de uma hora os “azuis-e-brancos” não deram “uma boa resposta”. Perante um debilitado Club Brugge, o FC Porto começou por sentir dificuldades e ficou cedo em desvantagem, mas a entrada de Brahimi e Corona revolucionou o jogo. Com a mudança para 4x3x3, o puzzle portista ficou com as peças no sítio certo e com golos de Layún (68’) e André Silva (90’+1’), o FC Porto deu a volta ao resultado (2-1).

As intermitências tácticas de Espírito Santo nestes primeiros meses no comando do FC Porto já não são notícias. A alternância entre o 4x4x2 e o 4x3x3 tem sido uma constante e prever, antes dos jogos, qual será a opção táctica portista tem-se revelado uma lotaria. Em Bruges, no entanto, o técnico não surpreendeu. Ao contrário de vinha sendo norma, replicou para a Liga dos Campeões o “onze” que tinha passado com distinção no último teste para o campeonato (no Funchal, contra o Nacional) e no Estádio Jan Breydel, os “dragões” surgiram em 4x4x2, com o ataque entregue a André Silva e Diogo Jota.

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No entanto, do outro lado, estava um técnico com a lição bem estudada. Obrigado a puxar pela imaginação para apresentar um “onze” à altura de uma prova como a Champions, Michel Preud’homme juntou os cacos de um plantel fustigado por lesões e para contornar as fragilidades actuais do campeão belga, fez recuar Timmy Simons, o líder da equipa, para o centro da defesa, colocando a sua formação em 5x4x1. A estratégia teve o condão de baralhar por completo o adversário.

Com melhores trunfos do que o rival, o FC Porto assumiu a obrigação de ganhar, mas o início da partida mostrou uma formação portista amorfa e sem a atitude dos belgas. Aparentemente manietados pelo reforçado meio-campo adversário, a equipa portuguesa não conseguiu assumir o controlo logo desde o início e não demorou muito até Casillas se ver em apuros: aos 7’, o espanhol defendeu um remate de Vossen; aos 12’, evitou com dificuldade que van Rhijn marcasse. De forma inesperada, o perigo era uma constante junto da baliza portista e o inevitável aconteceu. Na terceira tentativa belga em meia-dúzia de minutos, Vossen, com classe, fez o que nenhum jogador do Brugge fazia há 11 anos: marcar na prova. Até aí, o FC Porto não tinha existido ofensivamente e até ao intervalo apenas Otávio (20’), Herrera (25’) e Marcano (26’) causaram calafrios ao guarda-redes Butelle.

Apesar da clara inoperância, Nuno manteve tudo na mesma após o intervalo e o Brugge, aos 51’, esteve perto do 2-0, mas o remate de Vormer saiu ligeiramente ao lado. Com posse de bola, mas com o jogo afunilado pela zona central, as investidas portistas eram facilmente anuladas, mas a sagacidade táctica de Preud’homme caiu por terra aos 60 minutos. Com o privilégio de ter sentado ao seu lado no banco jogadores com a qualidade de Brahimi e Corona, Nuno lançou o argelino e o mexicano, trocou o 4x4x2 pelo 4x3x3 e acertou no jackpot.

Com dois extremos abertos e Otávio na zona central, bem próximo de André Silva, o FC Porto começou a criar desequilíbrios na defesa belga e, com naturalidade, chegou ao empate, com um grande golo de Layún (68’). Praticamente de imediato, Nuno trocou Otávio por André André e a opção pareceu voltar a tirar fulgor aos “dragões”, mas a supremacia era evidente e, já em período de descontos, Claudemir derrubou na área Corona. Com 20 anos, André Silva assumiu a responsabilidade e não tremeu, garantindo a vitória que recoloca o FC Porto a par do FC Copenhaga no Grupo G e no rumo certo para chegar aos “oitavos”.     

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