Fortaleza do Dragão ruiu com a imprudência de Alex Telles

Reduzido a dez jogadores durante mais de uma hora, o FC Porto sofreu frente à Juventus a primeira derrota da época em casa e ficou mais longe do apuramento.

OPjaca festeja o seu golo contra o FC Porto
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Pjaca festeja o seu golo contra o FC Porto LUSA/JOSE COELHO
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Daniel Alves, autor do segundo golo da Juventus LUSA/ESTELA SILVA
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Casillas desalentado Reuters/Miguel Vidal
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Um momento do jogo entre o FC Porto e a Juventus LUSA/JOSE COELHO
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Nuno Espírito Santo LUSA/ESTELA SILVA
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Herrera tenta chegar à bola perseguido por um adversário Reuters/Miguel Vidal
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O momento da expulsão de Alex Telles LUSA/ESTELA SILVA
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Massimiliano Allegri Reuters/Miguel Vidal
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Momento do jogo entre o FC Porto e a Juventus Reuters/Miguel Vidal

Uma enorme imprudência de Alex Telles e uma dupla aposta certeira de Massimiliano Allegri colocaram nesta quarta-feira o FC Porto muito perto do KO na Liga dos Campeões. Os “dragões” até entraram melhor na primeira mão dos oitavos-de-final, mas a expulsão do defesa esquerdo portista aos 27’ desequilibrou a eliminatória a favor da Juventus. Em superioridade numérica, a “vechia signora” assumiu por completo o controlo do jogo e resolveu a partida na última meia hora, com golos de Marko Pjaca e Dani Alves (0-2), as duas primeiras apostas do técnico da equipa de Turim.

O confronto entre a melhor defesa do campeonato português e a melhor defesa do campeonato italiano fazia antever um duelo calculista e táctico, com ataques bem medidos e prudentes, e as opções iniciais de Nuno Espírito Santo ajudaram a reforçar a ideia de que no primeiro combate entre FC Porto e Juventus, ninguém iria procurar colocar o rival KO no assalto inicial.

Sem surpresa, o técnico portista fez regressar à titularidade Danilo, Herrera e Brahimi, mas quando se esperava que Óliver, depois da meia folga frente ao Tondela, surgisse como titular, Nuno Espírito Santo optou por manter Rúben Neves no “onze”. Com o internacional sub-21 português no papel de “8”, o técnico procurava reforçar a solidez da sua zona intermediária para um combate que se previa intenso com Khedira, Pjanic e Dybala. Nas alas, Herrera na direita era um precioso auxílio para Maxi com vista ao frente a frente com Alex Sandro e Mandzukic, mas o mesmo já não acontecia na esquerda, onde Alex Telles, sem a ajuda de Brahimi, acabou por ver-se em apuros perante Lichtsteiner e Cuadrado.

Depois de duas épocas em que se manteve fiel ao 3x5x2 herdado de Antonio Conte, Massimiliano Allegri aproveitou as quatro derrotas sofridas na Serie A até Janeiro para fazer um facelift na sua equipa e no Dragão, sem surpresa, a Juventus apresentou-se no 4x2x3x1 que tem convencido no campeonato italiano. O início, no entanto, mostrou uma “vechia signora” com dificuldades perante a pressão alta do FC Porto, que procurou repetir contra os italianos a receita de sucesso colocada em prática para o campeonato frente ao Benfica.

A supremacia inicial dos “azuis e brancos” durou, todavia, pouco mais de uma dezena de minutos. Aos 18’, um excelente corte de Marcano impediu que Higuaín surgisse cara a cara com Casillas e, cinco minutos depois, Dybala rematou por cima. Apesar de a Juventus se mostrar mais perigosa, a partida mantinha-se equilibrada, mas Alex Telles entregou numa bandeja o jogo aos italianos: aos 25’ e 27’, o defesa viu (bem) dois cartões amarelos e foi expulso. Para equilibrar a equipa, Nuno Espírito Santo fez o que lhe competia (Layún substituiu André Silva), mas com uma hora ainda por jogar, o FC Porto ficava em muito maus lençóis.

Em vantagem numérica, os italianos colocaram de lado a habitual sisudez, ocuparam de vez o meio campo portista e Casillas passou a ver-se em apuros a cada cinco minutos: aos 34’, após um cruzamento com conta, peso e medida de Alex Sandro, Khedira rematou de cabeça ao lado; aos 39’, o espanhol fez uma excelente defesa depois de um remate de Higuaín desviar em Felipe; aos 45’, Dybala acertou no poste.

O promissor avançado argentino voltou a assustar ainda no primeiro minuto da segunda parte — a bola entrou na baliza do FC Porto, mas o golo foi anulado —, só que os “dragões” pareciam ter a lição estudada. No entanto, com as substituições, o jogo mudou. De forma inesperada, Nuno Espírito Santo desfez aos 60’ a solidez defensiva com a troca de Rúben Neves por Corona e, na resposta, Allegri acertou no jackpot: aos 72’, cinco minutos depois de entrar em campo, o croata Marko Pjaca inaugurou o marcador. Os dois treinadores reagiram de imediato com trocas directas (Jota por Brahimi; Dani Alves por Lichtsteiner), mas a sorte voltou a sorrir ao italiano. Aos 74’, na primeira vez que tocou na bola, Dani Alves fez o 2-0. Pela primeira vez na época, a fortaleza do Dragão ruía perante um rival.     

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