É com golos que Mónaco e Juventus querem defender vantagem da primeira mão

Na Catalunha, o Barcelona está obrigado a uma reviravolta idêntica à que conseguiu frente ao PSG.

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Reuters/Jean-Paul Pelissier

No futebol como na vida, os “ses” têm pouca utilidade para lá de ajudarem a projectar cenários. E este serve apenas para ilustrar o que tem sido a temporada do Mónaco, sempre que joga em casa: se o Lyon não tem protagonizado a desfeita de vencer no Estádio Louis II no dia 18 de Dezembro, na 18.ª jornada da Ligue 1, por esta altura a equipa de Leonardo Jardim teria nada menos do que 26 jogos sem uma única derrota desde que a época começou. É nesta folha quase imaculada que o Borussia Dortmund terá de virar nesta quarta-feira um borrão de tinta para seguir em frente na Champions.

Do encontro da primeira mão, na Alemanha, o Mónaco traz recordações de fair-play (especialmente dos adeptos adversários, depois da explosão que atingiu o autocarro do Borussia) e um triunfo (2-3) que só não foi surpreendente porque toda a temporada tem sido cumprida com a mesma consistência. E traz também a certeza de ser capaz de navegar mares encrespados, depois de ter chegado a bom porto no Signal Iduna Park sem os titularíssimos Sidibé, Mendy e Bakayoko.

Para o embate da segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões (19h45, SPTV), Leonardo Jardim tem duas boas notícias e uma menos boa em carteira: os regressos de Mendy e Bakayoko e a ausência de Fabinho. Isto significa que o meio-campo volta a funcionar a meio-gás (previsivelmente com João Moutinho na vaga do brasileiro) e que o lado esquerdo da defesa ficará, quase inevitavelmente, entregue ao ex-lateral do Marselha. A dúvida reside agora no flanco contrário: Touré, Raggi ou até, como aconteceu na segunda parte do encontro com o Dijon, no fim-de-semana, o extremo Nabil Dirar?

“A equipa tem o seu ADN e isso não mudará. É assim que mantemos as nossas dinâmicas”, limita-se a enunciar Jardim. “Provavelmente, vamos precisar de marcar para nos qualificarmos. Estou à espera de um Dortmund mais forte do que o do primeiro jogo. Ainda por cima, recuperaram o [Gonzalo] Castro e o [Marco] Reus, que são dois jogadores importantes”, lembra Jardim.

O treinador português não gosta de abrir o jogo — e a este nível todos os trunfos contam — e o homólogo alemão também é homem de poucas palavras. Forçado a lidar, ele próprio, com inúmeras baixas ao longo da temporada, Thomas Tuchel garante que a contrariedade da passada semana (a sensação de insegurança provocada pelo ataque ao autocarro, que feriu o central Marc Bartra) não interferirá no encontro.

“Estamos estabilizados emocionalmente e totalmente concentrados no jogo. Conhecemos as nossas qualidades, sabemos o percurso que temos feito na Champions e não queremos parar por aqui”, refere.

Esse é um sentimento comum aos elementos das duas outras equipas que entram nesta quarta-feira em campo. O Barcelona, com uma sensação de déjà vu, abusou da sorte em Itália, na primeira mão, e está obrigado a virar uma desvantagem generosa (3-0) diante da Juventus, em Camp Nou (19h45, SPTV). A favor joga o facto de ter conseguido uma recuperação ainda mais expressiva na eliminatória anterior, frente ao PSG; no outro prato da balança pesa a solidez defensiva dos “bianconeri”, que sofreram somente dois golos nesta edição da competição.

Massimiliano Allegri, no entanto, quer fazer tábua rasa da partida de Turim: “Temos de entrar em campo sem pensar na primeira mão. Jogaremos como se tivéssemos de ganhar. Temos de saber ler a partida. A lucidez será fundamental”, anota o técnico italiano, que promete manter o essencial das escolhas, sem fechar a porta a uma alteração táctica.

Paulo Dybala, o “carrasco” do Barça, está em perfeitas condições físicas, mas do outro lado Busquets está de regresso. O plano de Luis Enrique, esse, é simples. Pelo menos no discurso: “Se fizermos o primeiro golo, o segundo marcá-lo-á o Camp Nou e o terceiro aparecerá sozinho”.     

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