A “Algarvia” a contrariar a época baixa no Algarve

Até domingo, alguns dos maiores nomes do ciclismo vão percorrer as estradas do Algarve. Há 25 equipas em prova, 12 delas da elite

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Tony Martin já venceu no Algarve em 2011 e 2013 JOÃO FONSECA

Em termos turísticos o Algarve até pode atravessar a época baixa, mas no que diz respeito ao ciclismo o cenário é o oposto. Alguns dos principais nomes da modalidade partem hoje para a primeira das cinco etapas da 43.ª edição da Volta ao Algarve. E ninguém veio só para apreciar a paisagem: não faltam candidatos à sucessão de Geraint Thomas (Team Sky), que não vai defender os títulos conquistados em 2015 e 2016. O novo campeão será consagrado no domingo, após a subida ao Alto do Malhão, onde terminará a prova.

Um total de 25 equipas, das quais 12 são do WorldTour (a elite mundial), trazem ao Algarve 200 ciclistas. No pelotão vão estar dois antigos vencedores da “Algarvia” – o polaco Michal Kwiatkowski (Sky) e o alemão Tony Martin (Katusha-Alpecin), que é igualmente o campeão mundial em título de contra-relógio – para além do campeão europeu de contra-relógio Jonathan Castroviejo (Movistar). No lote de nomes ilustres a marcar presença há ainda seis campeões nacionais de contra-relógio, incluindo o português Nelson Oliveira. “A luta pela camisola amarela deverá envolver, entre outros, Andrey Amador (Movistar), Daniel Martin (Quick-Step Floors), Luis León Sánchez (Astana), Michal Kwiatkowski (Team Sky), Primoz Roglic (Lotto NL-Jumbo), Stephen Cummings (Dimension Data), Taylor Phinney (Cannondale Drapac), Tony Gallopin (Lotto Soudal) e Tony Martin (Katusha-Alpecin)”, previu a organização da “Algarvia”.

Um triunfo português implicará superar a forte concorrência forasteira. “Os estrangeiros sem dúvida vão ter a palavra final. A maior diferença tem a ver com a estrutura, ordenados, as provas que correm. Como ainda estamos no início do ano, acaba por não se notar tanto. Mas os portugueses logo à partida acham que a Volta ao Algarve é algo difícil de alcançar e partem psicologicamente derrotados para um objectivo que é extremamente importante, talvez das mais importantes do calendário nacional. Quando ouvem falar que vêm os WorldTour atiram logo a toalha ao chão. São equipas muito fortes, mas não são imbatíveis”, sublinhou ao PÚBLICO o último português a vencer a Volta ao Algarve, João Cabreira, campeão em 2006.

A ter de apostar num português, João Cabreira escolheria Amaro Antunes, da W52-FC Porto: “Já demonstrou que está num bom momento, preparou-se bem e vai discutir a Volta ao Algarve com os melhores. O contra-relógio não favorece muito o Amaro, mas vai andar com os da frente”, disse a respeito do ciclista algarvio de 26 anos, que vem de um 20.º lugar na geral da Volta à Comunidade Valenciana.

Reforçado com Alejandro Marque, espanhol que venceu a Volta a Portugal de 2013, e Joni Brandão, segundo classificado na prova rainha do ciclismo português em 2015, o Sporting-Tavira parte para a “Algarvia” com expectativas: “A equipa teve um acréscimo de qualidade importante. Como é óbvio, a Volta a Portugal é o grande objectivo do ano. A Volta ao Algarve é a mais difícil do ano para podermos obter resultados e ganhar, porque o lote de ciclistas que aqui se apresentam é de grande nível”, notou o director desportivo “leonino”, Vidal Fitas.

Com um total de 772,8 quilómetros, a edição de 2017 da “Algarvia” promete equilíbrio em termos de percurso. “Duas etapas para sprinters, duas chegadas em alto e um contra-relógio individual”, sublinhou a organização. A prova terá transmissão televisiva em directo na Eurosport e TVI24. com Lusa

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