O deslocamento de Marta Mestre para Inhotim

Curadora portuguesa passará a integrar em Abril equipa deste importante centro cultural brasileiro dedicado à arte contemporânea.

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Marta Mestre está há seis no Brasil DR
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A “experiência de chegar a um lugar que não tem as características de um museu, porque as obras não estão colocadas num cubo branco.” AFP PHOTO / Nelson ALMEIDA

Há seis anos a morar no Brasil, a curadora portuguesa Marta Mestre vai passar a integrar a equipa que programa as artes visuais do Instituto Inhotim, localizado num parque botânico de 100 hectares em Minas Gerais e considerado o maior centro de arte contemporânea ao ar livre da América Latina. Aos 35 anos, a historiadora de arte, que trabalhou até ao ano passado como curadora-assistente do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, vai juntar-se a outros dois curadores estrangeiros, depois da saída em Fevereiro do director artístico da instituição, Rodrigo Moura. Marta Mestre trabalhará a partir de Abril neste centro situado a 60 quilómetros de Belo Horizonte com Allan Schwartzman, o programador-chefe baseado em Nova Iorque, e Jochen Volz, um historiador de arte alemão que também é curador da próxima Bienal de São Paulo, a ser inaugurada em Setembro.

“Todos os projectos foram pensados e integrados nessa paisagem”, diz a curadora portuguesa, quando lhe pedimos para explicar a especificidade de Inhotim, centro de arte contemporânea inaugurado em 2006 pelo empresário e milionário mineiro Bernardo de Mello Paz. “Tem uma particularidade muito importante, o deslocamento. As pessoas deslocam-se para ir a Inhotim, não estão numa cidade e vão a um museu. Há a experiência de chegar a um lugar que não tem as características de um museu, porque as obras não estão colocadas num cubo branco.”

Marta Mestre, que será a mais nova dos curadores, atribui o convite, que passou por Bernardo Paz, ao percurso institucional que tem estado a desenvolver no Brasil. “Uma capacidade de ligar leituras nacionais e internacionais.” Foram suas as exposições, algumas em colaboração, Terceira Metade: Atlântico Sul  (MAM, 2011), Deus não Surfa (Rio de Janeiro, 2013), Mundos Cruzados (MAM, 2014), Acções, Estratégias e Situações (MAM, 2015). Em Portugal, coordenou o Centro de Artes de Sines (2005-2008) e participou no projecto editorial Ymago (2010-2012), responsável pela publicação de autores como Jacques Rancière, Aby Warburg ou Hans Belting.

Da colecção de Inhotim fazem parte os portugueses João Maria Gusmão & Pedro Paiva, num acervo que junta pavilhões de artistas como Hélio Oiticica ou Matthew Barney, entre 500 obras de nomes como Cildo Meireles, Lygia Clark, Dan Graham, Anish Kapoor, Steve McQueen, William Kentridge.

 

 

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