A Glória de Fazer Cinema em Portugal vence curtas do Festival de Cinema Luso-Brasileiro da Feira

A melhor longa foi Aspirantes, do brasileiro de Ives Rosenfeld. O Festival voltou a colocar em confronto amigável duas cinematografias separadas pelo Atlântico.

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A Glória de Fazer Cinema em Portugal, de Manuel Mozos: como ponto de partida, uma carta que José Régio escreveu em 1929 a revela o desejo de fundar uma produtora de cinema
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Aspirantes, do brasileiro de Ives Rosenfeld, conta a história de Júnior, jovem jogador de futebol que morre de inveja do seu melhor amigo
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Boi Neon, do brasileiro Gabriel Mascaro, centra-se em Iremar, vaqueiro do Nordeste que quer largar tudo para começar uma nova carreira na moda, como estilista

Aspirantes, o filme brasileiro de Ives Rosenfeld, que conta a história de Júnior, jovem jogador de futebol que morre de inveja do seu melhor amigo e o mais talentoso jogador da equipa, é o melhor filme da 19.ª edição do Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, que terminou nesta noite de domingo no auditório da Biblioteca Municipal da Feira. Depois da entrega de prémios foi exibido Bollywood Dream da brasileira Beatriz Seigner. A Glória de Fazer Cinema em Portugal, do realizador português Manuel Mozos, venceu na categoria de curtas-metragens. O ponto de partida: uma carta que José Régio escreveu a Alberto Serpa em 1929 e que revela o desejo de fundar uma produtora de cinema - a carta poderá ter ficado sem resposta, mas a descoberta de bobines no espólio de um colecionador ajuda a levantar a ponta do véu.

Nas longas-metragens, o júri atribui o prémio especial ao filme brasileiro Para a Minha Amada Morta, de Aly Muritiba. A interpretação de Fernando Alves Pinto, neste filme, valeu-lhe o prémio de melhor actor ao vestir a pele de um homem que perde a esposa e que tem de cuidar do seu filho.

Nas longas-metragens, o prémio revelação foi para A Seita do brasileiro André Antônio. Boi Neon, do brasileiro Gabriel Mascaro, que também assina o argumento, arrecadou o prémio da crítica e dos cineclubes. O filme centra-se em Iremar, vaqueiro do Nordeste que quer largar tudo para começar uma nova carreira na moda, como estilista.

Ornamento & Crime, o último filme do realizador português Rodrigo Areias, recebeuuma menção honrosa do júri e conquistou ainda o prémio do público. É um  policial a preto e branco, com crime e extorsão à mistura. Um realizador de cinema é assassinado, um detective privado recupera um filme comprometedor. Há mulheres fatais, máfia, empreiteiros e décors escolhidos a dedo pelas obras do arquitecto Fernando Távora. A banda sonora é original, assinada por Rita Redshoes e The Legendary Tigerman.

Bianca Joy Porte foi considerada a melhor actriz por Prometo um Dia Deixar esta Cidade, do brasileiro Daniel Aragão, no papel de Joli, mulher que regressa a casa depois de um longo período numa clínica de reabilitação.

Nas curtas-metragens, Ruby, dos brasileiros Luciano Scherer, Guilherme Soster e Jorge Loureiro, venceu quatro categorias: prémios revelação, da crítica, dos cineclubes e do público. É uma curta em formato documental sobre um artista que vive sozinho numa casa perto da praia e que se chama Ruby. A menção honrosa do júri foi atribuída a A Festa e os Cães do brasileiro Leonardo Mouramateus. O Tecto Sobre Nós, do também brasileiro Bruno Carboni, venceu o prémio especial do júri, com a história de ocupantes de um prédio abandonado que recebem a notícia que vão ser despejados. Anna tenta lidar com a notícia, quando se depara com um homem que não conhece deitado na sua cama.

O júri do Festival de Cinema Luso-Brasileiro foi constituído pela realizadora brasileira Vera Egito, pela actriz brasileira Simone Iliescu, pela crítica de cinema Sabrina Marques e pela produtora brasileira Maria Carlota Bruno.

Durante uma semana, o Festival voltou a juntar na mesma sala duas cinematografias que falam a mesma língua e que estão separadas pelo Atlântico. Todos os filmes brasileiros apresentados em competição são inéditos em Portugal e o realizador brasileiro Walter Salles regressou ao festival, desta vez com o seu documentário Jia Zhang-Ke, Um Homem de Fenyang.

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